A morte de mais um integrante expõe a guerra interna na facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Um outro membro da facção, Wagner Ferreira da Silva, 32 anos, chamado de Waguininho ou Cabelo Duro, foi morto a tiros nesta quinta-feira (22/2), na cidade de São Paulo, uma semana após os assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, ocorridos em Aquiraz, no Ceará.
Por volta de 19h30, Cabelo Duro entrava em um hotel na rua Eleonora Cintra, no Tatuapé, zona leste de São Paulo, quando dois homens em uma caminhonete desceram.
Com fuzis 556 em mãos, a dupla atirou mais de 50 vezes. Waguininho morreu no local atingido na cabeça. Um dos atiradores disparou à queima-roupa após sua queda. Os disparos também atingiram duas mulheres, uma na perna e outra na mão.
Waguininho atuava na Baixada Santista e era “afilhado” no PCC de Gegê do Mangue. Segundo o Ministério Público, apesar da ligação com o padrinho, Waguininho teria participado das mortes de Gegê e Paca, no Ceará, por ordem da cúpula da facção.
Um bilhete interceptado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de SP, indica que a ordem para a morte dos dois partiu de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, gerente de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo do grupo.
Por isso, a principal hipótese dos promotores é que a morte de Cabelo Duro tenha sido ordenada pela cúpula do PCC como “queima de arquivo”. Por essa hipótese, a facção temia que Waguininho fosse preso e denunciasse os responsáveis pelas mortes à polícia.
Horas antes do crime, uma juíza da 1ª Vara do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará havia decretado a prisão temporária de Waguininho e outras cinco pessoas “com fito de elucidar as circunstancias em que ocorreu o duplo homicídio” de Gegê e Paca.
Outra hipótese do MP, esta com menos força, é a de uma vingança contra Waguininho praticada por pessoas ligadas a Gegê dentro do crime organizado.