A Família Hiodo, tradicional em Araçatuba por ser proprietária da única fábrica de shoyu na região, a Hiodo, que posteriormente passou a se chamar Marman, deixou de ter vínculo com a unidade em 2007, quando vendeu a marca e os equipamentos e locou o prédio da fábrica para os atuais proprietários, que foram presos em flagrante no dia 26 de janeiro devido às más condições de higiene da fábrica e risco à saúde pública. A filha do fundador da fábrica, Akemi Hiodo Nishida, conversou com a reportagem do Regional Press, contou a história da fábrica e e esclareceu que o fechamento pela Vigilância Sanitária não teve nada a ver com sua família.
Akemi contou que seu pai veio sozinho do Japão na década de 30, quando o país estava em crise, para tentar uma vida melhor no Brasil. Ele veio sozinho, ainda jovem, junto à família Saito, e veio morar em Araçatuba. Ele passou a trabalhar como empregado na fábrica de shoyu, que funcionava há pouco tempo na cidade e também pertencia a imigrantes japonses.
Em menos de três anos se tornou proprietário da fábrica, que foi se expandindo e ganhou uma boa fatia no mercado em todo o estado. A fábrica ficou com a família durante 70 anos, de 1937 a 2007. No final já era administrada pelo irmão de Akemi e por seu marido. No entanto, por motivo de problemas de saúde, os dois decidiram vender a fábrica, em 2007.
Ao longo deste período ela disse que funcionários antigos chegavam até a comentar que a empresa havia parado de comprar matéria prima, no caso a soja, e estava reaproveitando os bagaços para moer e fermentar, ao invés de renovar a cada produção. De acordo com ela, os atuais proprietários, além de não estar com o pagamento do aluguel em dia, deixaram o prédio sem manutenção em péssimas condições. Ela até se emociona ao ver as imagens do dia do fechamento da unidade pela vigilância sanitária e grupo de operações especiais da Polícia Civil. Leia também:
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