Depois dos vai e vem o STF (Supremo Tribunal Federal) remeteu o caso do estaleiro de Araçatuba à 13ª Vara Federal, em Curitiba (PR), e a Polícia Federal vai investigar indícios de irregularidade no arrendamento, sem licitação, de uma área em Araçatuba onde funciona o Estaleiro Rio Tietê, que deveria construir 20 comboios para o transporte de etanol.
Agora em Curitiba o caso ficará sob coordenação do juiz Sérgio Moro, responsável por um inquérito que investiga indícios de possíveis crimes no âmbito da Transpetro.
O caso voltou à tona nesta segunda-feira após veiculação da notícia em rede nacional, pela Globo, após a Polícia Federal abrir novos inquéritos com base na delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
De acordo com a reportagem, os alvos dos inquéritos são a ex-ministra Ideli Salvatti, que foi titular em três ministérios, entre eles o de Relações Institucionais do governo, além dos ex-deputados Cândido Vacarezza, Edson Santos e Jorge Bittar, e do presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves.
Em sua delação, Sérgio Machado, revelou gravações de conversas importantes que teve caciques do PMDB e beneficiários do esquema de propina e distribuição de vantagens por meio da Transpetro.
Ele disse que, dos cofres da subsidiária, escoaram “pouco mais de R$ 100 milhões” para o partido do presidente da República, Michel Temer, e políticos que o procuraram em busca de ajuda financeira para campanhas eleitorais.
No caso do Estaleiro Rio Tietê, as apurações atendem a um pedido do MPF (Ministério Público Federal) e um procedimento denominado “Verificação Preliminar de Informações”, que tem como alvo seis empresas que, de acordo com Sérgio Machado, teriam pago de forma continuada vantagens ilícitas a políticos, seja por meio de doações oficiais ou repasses em dinheiro.