O Hospital Neurológico Ritinha Prates, de Araçatuba, realiza no próximo dia 7 de dezembro o primeiro campeonato interno de bocha – categoria BC3. Nesta categoria, o atleta não consegue arremessar a bola sozinho. Para isso, faz uso de uma calha ou uma rampa, mexida por um auxiliar, que faz o comando que o atleta pede. Esta é a primeira vez que a entidade desenvolve esse tipo de atividade esportiva com os seus usuários.
De acordo com a fisioterapeuta do Hospital, Priscila Aparecida Martins Mendes, os usuários começaram a treinar a atividade neste ano, junto com o grupo de estimulação motora. Ao todo, participam 14 usuários da entidade.
A fisioterapeuta explica que a bocha é uma atividade que pode ser praticada por pessoas de diferentes idades e tipos de deficiência. Entre os atletas que irão disputar o primeiro campeonato de bocha, há diversas patologias como paralisia cerebral, deficiência visual, autismo, entre outras. “Utilizamos (a bocha) como uma maneira de estimulação motora e perceptiva, interação social e cognição, se tornando uma atividade funcional e lúdica”, completa Priscila. Os participantes da competição serão premiados com medalhas de ouro, prata e bronze.
Entre os vários aspectos positivos que a prática esportiva proporciona aos usuários do Hospital Ritinha Prates, Priscila explica que, além de acrescentar uma mudança na rotina da instituição, favorece, ainda, o desenvolvimento de habilidades motoras e interativas na vida do usuário. “Tudo isso proporciona respostas significativas nos aspectos biopsicossociais”, conclui Priscila.
Bocha adaptada
Além da categoria BC3, há outras três modalidades de bocha paraolímpica. São elas: BC1, BC2 e a BC4. Na primeira, um auxiliar movimenta a cadeira e entrega a bola, uma vez que o jogador não pode realizar essa ação sozinha por causa das limitações físicas. Na categoria BC2, o atleta tem uma condição física melhor e possui força necessária para atuar sem ajuda de um auxiliar. Nesse caso, o jogador tem condição de pegar a bola no chão e fazer o arremesso. Já a categoria BC4, os atletas apresentam outras deficiências, que não a paralisia cerebral. Eles conseguem mover a cadeira e fazer o arremesso (mas não conseguem pegar a bola no chão).
A Entidade
Sem fins lucrativos, a Associação de Amparo do Excepcional Ritinha Prates (AAERP) existe há 40 anos trabalha na área da saúde e inclusão social, por meio do Hospital Neurológico Ritinha Prates (HNRP), com a prestação de serviços especializados a pessoas com deficiências neurológicas e auditivas. O HNRP atende atualmente 60 usuários internos com deficiências neurológicas profundas e irreversíveis.
A entidade também é a mantenedora do Centro Especializado em Reabilitação (CER III Ritinha Prates). Entre os seus valores está o tratamento humanizado, além do respeito a conceitos éticos, morais, ambientais e filantrópicos.