A reboque da retomada da economia, o cenário da construção civil vai mudar ao longo do próximo ano, principalmente devido à queda na taxa Selic, que deve acumular redução de 7,5% até dezembro e incentivar a retomada dos investimentos no mercado imobiliário. Na avaliação do presidente da Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC), José Carlos Martins, muitas pessoas têm dinheiro guardado no banco ou investido na bolsa porque está rendendo bem. No final do ano, com a redução na taxa de juros, elas devem começar a transferir para ativos reais. “Pode ser um imóvel, ou a reforma da casa. O mesmo vale para uma empresa que vai ampliar sua indústria. Então, o cenário deve melhorar bastante”, comenta Martins.
O sistema financeiro também demonstra otimismo. Gilberto Abreu, diretor executivo de negócios imobiliários e investimento do Santander, por exemplo, demonstrou confiança na retomada de crescimento do mercado imobiliário do país e afirma que o pior momento da crise no setor já passou.
A recuperação do mercado também deve mexer com os índices desemprego. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil da Região Oeste do Estado de São Paulo (Sinduscon OESP), Aurélio Luiz de Oliveira Júnior, este é o momento para uma atuação mais forte no sentido de reverter esse panorama negativo. “Acreditamos que a demanda vai crescer mais em 2018, e os profissionais precisam estar preparados para atender as necessidades do mercado”.
O representante do Sinduscon OESP lembra que a Reforma Trabalhista, sancionada recentemente pelo Governo Federal, também deve dar fôlego para a recuperação do setor. “É fato é que com a reforma trabalhista vamos conseguir legalizar uma série de questões que ficavam na informalidade”.
No final das contas, de acordo com Oliveira Júnior, uma coisa leva à outra. “Quando a economia retorna ao rumo de crescimento, com a retomada de empregos e a estabilização financeira, o mercado imobiliário começa a ser novamente ativado”. Para 2018, as taxas de juros reduzidas favorecerão o poder de compra do consumidor, estimulando a aquisição de imóveis enquanto o momento está favorável.