Uma moradora de Fernandópolis gravou um vídeo como forma de apelo para conseguir ajuda ao filho que foi diagnosticado com autismo.
Marisa Padilha afirma que decidiu acorrentar André há 13 anos e diz que esta foi a solução encontrada por ela para dar um fim às autoagressões, que começaram após o filho apresentar alterações no comportamento aos 10 anos de idade.
A família mora na cidade com pouco mais de 67 mil habitantes e afirma que já tentou vários tratamentos para amenizar os surtos de André, hoje com 28 anos. No entanto, até o momento, nem os medicamentos ou qualquer tipo de terapia causaram efeito.
“Ele toma vários comprimidos por dia e, mesmo assim, continua se batendo, se mordendo e gritando muito. Deve ter algum problema muito mais sério que ainda não foi diagnosticado”, diz Marisa, de 47 anos.
Na gravação, Marisa diz que não aguenta mais ver o filho acorrentado e pede ajuda para um possível diagnóstico diferente do autismo.
Sem controle
Marisa afirma que precisou deixar de trabalhar para cuidar do filho, que começou a apresentar alterações no comportamento aos 10 anos. André chegou a ser internado, começou a tomar a medicação indicada pelo médico, mas não teve a reação desejada.
Aos 15 anos, André passou a ficar isolado e agressivo, foi neste momento que a mãe decidiu usar a corrente.
Ela conta que fez a gravação com o objetivo de que um especialista a oriente sobre o diagnóstico do filho. “Toda e qualquer ajuda para a nossa família é bem-vinda, mas hoje procuro por um especialista para que a gente faça um exame mais específico. Nós não temos condições de arcar com os custos.”
Apoio
Segundo Marisa, o Centro de Referência em Assistência Social (CREAS) da cidade já acompanhou o caso de André, mas, hoje ele recebe apoio do Centro Atenção Psicossocial (CAPS II).
Em nota, a prefeitura de Fernandópolis confirmou os acompanhamentos do jovem e afirmou que todas as questões judiciais constam no laudo do paciente junto ao CREAS.
Informou, também, que o paciente é diagnosticado com autismo e o atendimento é feito por meio do acompanhamento, a partir de visitas domiciliares mensais para a entrega da medicação, aferição dos sinais vitais, pesagem e avaliação do quadro mental.
Confira a nota na íntegra:
“O caso de André Padilha já foi acompanhado pela Secretaria Municipal de Saúde, através do CREAS (Centro de Referência em Assistência Social), por anos. Em decorrência do paciente sofrer traumas durante internações, foi determinado pelo juiz que o tratamento dele fosse realizado em sua residência, restrito para proteção do mesmo e recebendo apoio em relação ao tratamento do CAPS II (Centro Atenção Psicossocial). Todas essas questões judiciais constam no laudo do paciente junto ao CREAS.
O atendimento do paciente, diagnosticado com autismo, é feito através do acompanhamento com visitas domiciliares mensais para entrega das medicações, aferição dos sinais vitais, pesagem e avaliação do quadro mental. Recebe também visita médica de acordo com a necessidade e alterações do quadro. A mãe não apresenta relatos de queixas de alterações no quadro para equipe e não comparece nas reuniões familiares no CAPS II. Ela recebe orientação durante visitas domiciliares.
As medicações do paciente são para o controle da agitação e agressividade, porém, ele sempre apresentou pouca evolução. Uma nova visita médica será feita ao paciente na próxima semana. A família recebe auxílio do CRAS.”