A família da jovem trans que está internada em coma na UTI do Hospital de Base de Bauru (SP) devido a complicações causadas pela aplicação de silicone industrial no corpo procurou a polícia nesta terça-feira (5) para registrar boletim de ocorrência contra o homem que teria feito o procedimento.
A transexual, que mora em Lins, está internada na UTI do hospital e o estado dela é considerado grave, segundo a assessoria de imprensa do hospital.
O caso será investigado pela Polícia Civil em Lins, cidade onde a vítima e os familiares moram e também onde foi feita a aplicação do silicone. Segundo familiares, Renata Valasque, de 19 anos, entrou em coma nesta segunda-feira (4) após ter sofrido uma parada cardíaca. No entanto, ela está internada desde o dia 16 de outubro no Hospital de Base.
De acordo com a mãe, que prefere ter a identidade preservada, as dores da filha começaram dias depois que a substância foi injetada por um conhecido da jovem, que mora em Belém (PA).
Ainda conforme a mulher, a filha e o rapaz que fez a aplicação do silicone industrial se conheceram em Portugal e mantinham contato pelas redes sociais. “Logo no início da aplicação começou a queimar. No outro dia amanheceu com ferida, ela foi levada para a Santa Casa de Lins, fez cirurgia para remover, depois veio para Bauru, onde passou por outras quatro cirurgias”, relata a mãe.
A jovem comprou o silicone industrial pela internet e pagou a passagem de avião para o homem que fez a aplicação da substância nas nádegas dela, informou a mãe. O procedimento foi realizado na casa da jovem, em Lins.
O silicone industrial aplicado na jovem é usado para lubrificar peças de veículos. A substância é proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Ministério da Saúde para fins médicos. A aplicação do produto para este fim é crime com pena de dois a oito anos de prisão.
Uma irmã da jovem contou que a aplicação foi feita no dia 11 de outubro. Três dias depois, a jovem foi levada para a Santa Casa da cidade. No dia 16 de outubro, foi transferida para o Hospital de Base.
Logo que chegou ao hospital de Bauru, segundo a irmã, Renata ficou três semanas em coma induzido. Ela foi despertada para começar a receber enxerto para a reconstrução da nádega, mas no último sábado (2), sofreu uma parada cardíaca e ficou “sem reações”, segundo a parente, resultando no coma.
Ainda segundo a família, essa não foi a primeira vez que a jovem teve silicone industrial aplicado no corpo. Antes, ela já tinha feito outras duas aplicações, nas pernas e nos quadris. (com informações: G1)