Em alusão ao Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, celebrado no dia 25 de novembro, a Sasc (Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania) promoveu na última quarta-feira (29) uma oficina reflexiva sobre gênero e violência contra mulher. A iniciativa foi organizada pelo Creas (Centro de Referencia Especializado da Assistência Social).
A oficina foi ministrada pela assistente social e psicóloga Rita de Cássia Vieira Borges, especialista em violência doméstica contra criança e adolescente e mestre em educação sexual. O encontro reuniu profissionais dos serviços socioassistenciais do município e ocorreu anfiteatro do CEU das Artes.
Segundo a coordenadora do Creas, Sonia Turziani, o objetivo da oficina foi promover uma reflexão sobre valores e crenças geradores das relações de gênero que legitimam a violência contra mulheres e discutir a Lei Maria da Penha.
“Além disso, os profissionais fizeram uma análise para acompanhar a efetivação das propostas deliberadas na 2ª Conferência Municipal de Políticas para Mulheres, realizada em 2015 em Penápolis, e identificar os recursos locais potencialmente promotores da prevenção e/ou enfrentamento da violência contra as mulheres”, contou.
Propostas
O tema da oficina foi abordado através da apresentação do documentário “Gênero, mentiras & videotape” sobre a constituição das relações de gênero, apresentação de slides dialogada com os trabalhadores presentes e trabalhos em grupo. Os trabalhos foram concluídos com a reiteração das propostas da 2ª Conferência Municipal de Políticas para as mulheres.
Ainda segundo a coordenadora, os profissionais que participaram da oficina também identificaram a necessidade de intensificar ações que discutam questões sobre gênero com as famílias em acompanhamento nos serviços de proteção básica da assistência social.
“Identificamos que é necessário trabalhar o empoderamento das mulheres, gerar mudanças de conceitos e outros; fortalecer os serviços que realizam o enfrentamento da violência contra a mulher. Também há a necessidade de utilizar a notificação dos casos no sentido de apontar o direcionamento para as políticas públicas”, afirma.
Entre as propostas apontadas na oficina está a discussão da deficiência no município de serviços para o acompanhamento psicológico para as mulheres vítimas de violência, o fortalecimento do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher; o resgate da atuação do Coletivo Feminista Cora Coralina e ampliação do debate das demais políticas.
Conferência
Ao final do encontro, algumas das propostas da Conferência da Mulher foram reiteradas pelos participantes. Uma delas é a implantação de um Centro de Referência da Mulher, prevista para início de 2018 e a criação da Coordenadoria Municipal da Mulher, com equipe especializada responsável pela viabilização e articulação entre as políticas em defesa dos direitos da mulher.
Outra proposta reafirmada é ofertar equipe multidisciplinar (assistente social, psicólogo e outros), no Pronto Socorro, para a acolhida de famílias/indivíduos em situação de vulnerabilidades, tais como suicídios (tentativas e casos consumados), idosos em situação de negligência e/ou abandono, mulheres vítimas de violência e outros.