O Câmara dos Vereadores de Valparaíso vai realizar uma sessão extraordinária nesta sexta-feira (22), às 13h30, para definir se o prefeito Roni Ferrareze deve ou não ser afastado do cargo durante o período em que uma comissão apura denúncia de improbidade administrativa protocolada pelo ex-secretário e ex-aliado Edson Jardim Rosa, o Edinho.
O presidente da Câmara, João Pedro Carvalho Dávilla, explicou que o Legislativo recebeu a denúncia e instaurou uma comissão para trabalhar no caso. O prefeito apresentou a defesa na semana passada e a comissão optou por dar sequência nos trabalhos, e marcou a sessão extraordinária onde os 11 vereadores vão opinar se o prefeito deve ou não permanecer no cargo enquanto a apuração da denúncia estiver em andamento.
Para ser afastado do cargo, são necessários 2/3 de aprovação, ou seja, oito votos. Como são oito vereadores, se o prefeito tiver ao menos quatro do seu lado, conseguirá se manter no cargo. A reportagem do Regional Press apurou que seis vereadores a princípio são a favor do afastamento do prefeito, três seriam a favor da permanência dele no cargo e o posicionamento de outros dois vereadores não estaria claramente definido. No entanto, até sexta-feira as definições podem mudar.
O recebimento da denúncia contra o prefeito foi aceita pelo Legislativo no dia 29 de novembro, com 10 votos favoráveis e um contrário. No mês passado o RegionalPress publicou matéria com exclusividade quando o ex-secretário protocolou a denúncia no Legislativo, junto a um arquivo com gravações de áudio, onde ele afirma que havia sido convidado a fazer parte de um esquema para supostamente fraudar licitações visando lucros próprios a ele, o prefeito e o chefe de gabinete, Gustavo Tonani, que já não trabalha mais na prefeitura.
Na ocasião, o prefeito disse que os áudios entregues não estariam na íntegra, e que houve uma forma errônea de interpretação, sendo que uma das afirmações que ele menciona, seria pelo fato de Edinho não estar satisfeito no cargo que ocupava, e como empresário, ele poderia ter mais rentabilidade frente aos seus negócios do que na prefeitura, mas que em nenhum momento a alegação foi com relação a fraudes em processos licitatórios ou algo parecido, como fora mencionado.
Na sessão, todos os vereadores foram favoráveis ao recebimento da denúncia, exceto o segundo secretário da mesa diretora, vereador Marcos Alexandre dos santos, o Marquinhos, foi contra o recebimento da denúncia.
A sessão para discussão sobre a aceitação da denúncia foi concorrida e houve até distribuição de senhas para a entrada no Legislativo, tendo em vista que o número de pessoas era maior do que a capacidade no plenário. Manifestantes bém deverá ser bastante concorrida.
O caso ganhou muita repercussão na cidade após divulgação nas redes sociais, dos áudios gravados por Edinho, durante conversas com o prefeito, o chefe de gabinete e até com uma funcionária da prefeitura, onde, de acordo com a denúncia, é sugerido a ele participar de esquema para fraudar licitações.
O prefeito, em suas explicações, disse ainda que estranha a mudança repentina do posicionamento político de Edinho, que inclusive é presidente de seu partido, o PV, e recentemente se aliou ao vice-prefeito, com o qual está rompido desde o primeiro semestre, e agora enviou a denúncia ao Legislativo.
A denúncia de Edson Rosa, conhecido como Edinho, é para apuração de possível crime de responsabilidade e cometimento de infrações político-administrativas.