O corpo do agente comunitário de saúde do município de Andradina, Marco Antônio de Oliveira Pereira, de 50 anos, residente na rua Amazonas, a 150 metros da praça Stella Maris, foi encontrado na noite deste domingo (23), dentro de uma geladeira abandonada em um canavial localizado no bairro Água Branca, distante 3 Km da Rondon, sentido bairro Timboré. A Polícia Militar registrou boletim de ocorrência no plantão policial. Seu corpo foi sepultado no cemitério São Sebastião.
O corpo de “Marquinhos”, que era homossexual e morava sozinho, estava dentro da geladeira com um saco plástico na cabeça, amarrado com fio de telefone, amordaçado e parte dele queimado, depois que o criminoso tentou incendiá-lo com o carvão que ele havia comprado. Ao que tudo indica, ele queria eliminar provas do crime.
AS PRISÕES
Depois de obter informações sobre suspeitos, a Polícia Militar prendeu na noite de domingo (23), o auxiliar técnico Daniel Gomes da Silva, de 22 anos, residente na rua 11 da cohab Gasparelli, acusado de ser o autor do homicídio por estrangulamento e o serviços gerais Yan Ranielli Moraes de Oliveira, de 23, residente na rua 13 do Loteamento Nova Canaã, também no bairro Gasparelli, acusado de ocultação de cadáver depois de se descoberto que ele ajudou o assassino confesso a transportar o corpo da vítima até um canavial no bairro rural Água Branca.
O CRIME
Marco Antônio foi morto na tarde da última sexta-feira (21), por estrangulamento e seu corpo só foi descoberto neste domingo (23), depois que colegas de serviço estranharam seu sumiço e um deles foi até a casa dele para obter maiores informações. Quando chegou ao local, encontrou uma mulher de nome Bruna, que disse estar dando uma “arrumada” na casa, porém, ao ser perguntada sobre o morador da casa, disse que ele não estava.
Estranhando o fato, a pessoa acionou a Polícia Militar, porém, não a encontrou mais pelo local. Diante de informações sobre características da mulher, que seria ‘namorada’ de um dos envolvidos, e com a identificação da placa da motocicleta utilizada por Daniel e Yan, a PM localizou Daniel no campinho de futebol do bairro Gasparelli, próximo das traves, ameaçando se matar. Depois de muita conversa entre a PM e bombeiros, conseguiu-se que ele desistisse da intenção, sendo detido e algemado.
Para se chegar ao segundo envolvido, foi questão de tempo e, depois de descobrir onde mora, Yan foi detido em sua casa no Nova Canaã. Ele disse que não estava no momento da execução do agente de saúde, “apenas” ajudou a transportar a geladeira com o corpo da vítima.
ELIMINAÇÃO DE PROVAS
Depois de assassinar o agente de saúde por estrangulamento com o golpe conhecido como “mata leão”, Daniel Gomes, que é praticante de Jiu Jitsu, quis se livrar de provas e contou com a ajuda de Yan, de um vizinho, o pedreiro desempregado W. F. S., e do motorista do caminhão Ford F-4000, nas cores cinza e preto, Maurício Estevão da Silva, 49 anos, residente no Jardim Europa, que faz serviços de frete.
Quando o fretista chegou na casa onde estava a geladeira, Daniel alegou que o mau cheiro vindo dela tratava-se de carne de capivara deixada dentro do refrigerador desligado. Enquanto Bruna lavava a casa para retirar o sangue que escorria do corpo da vítima, já em estado de putrefação, Daniel e Yan acompanharam o fretista de moto até a área rural distante dois quilômetros da cidade, muito próximo do local onde, há dez anos um homem conhecido por Oseias foi morto também com requintes de crueldade.
O frentista e o pedreiro desempregado receberam R$ 50,00 cada um pelo serviço, mas não sabiam tratar-se de um crime. Depois de ouvidos pelo delegado plantonista e liberados ao final da ocorrência. Bruna está sendo investigada para apurar se estava no local na hora do crime.
Depois de preso, Daniel alegou que ouvia vozes que o mandava cometer o homicídio por se sentir ameaçado pela vítima. Os dois se conheceram a uma semana, e Danel alegou que queria alugar um imóvel de Marcos. Tudo isso será objeto de investigação para concluir o inquérito.
Segundo policiais, ele já não sabia o que era real ou imaginação, pois disse muitas coisas desconexas. Quando ao sangue que ele disse ter visto sair da geladeira, foi do corpo da vítima que começava a sofrer os efeitos da putrefação devido o lugar abafado e o tempo da morte.
OUTRO HOMICÍDIO
Muitos andradinenses chegaram a pensar que o homicídio de “Marquinhos”, tivesse sido executado pelo mesmo assassino do professor Belino Valieri, o “Belo”, de Murutinga do Sul, mas que ocupava um edícula nos fundos, na rua Alexandre Salomão, bairro Passarelli, executado na mesma sexta-feira (21), porém de madrugada. A princípio, não tem ligação, pois, segundo pistas obtidas pela Polícia, o acusado do crime seria morador de Dracena. (Colaboração: Manoel Messias/Mil Notícias)