Policiais federais de Jales – a 120 km de Araçatuba – prenderam, na manhã desta sexta-feira (02), um engenheiro civil que presta serviços de fiscalização em obras para a Caixa Econômica Federal.
Antonio Eden Cabral Paro foi preso em flagrante no momento em que havia acabado de receber R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em cédulas e cheque, relativos a pagamento de propina exigida de um empresário do ramo da construção civil. A abordagem ocorreu nas proximidades da Caixa Econômica Federal de Jales.
Paro, como é conhecido, tem 63 anos de idade e reside no município de Votuporanga (SP). Ele é credenciado pela Caixa Econômica Federal para fiscalizar obras financiadas em vários municípios da região de São José do Rio Preto.
O nome da Operação Liquidação foi utilizado em alusão à conduta do engenheiro que dava descontos e parcelava o pagamento da propina exigida bem como pelo fato da PF ter liquidado a ação do preso.
A PF recebeu informações indicando que o engenheiro estava exigindo que pagamentos de propina -chamados por ele de “consultoria”- fossem realizados por empresário do ramo de construção civil para que parcelas dos financiamentos concedidos pela Caixa fossem liberadas para pagamento.
Enquanto o empresário não pagasse a quantia exigida, o engenheiro não aprovava o andamento da obra e a parcela do financiamento ficava bloqueada, ou seja, não era liberada pela Caixa Econômica Federal.
De acordo com as informações recebidas, a Superintendência da Caixa Econômica Federal de São José do Rio Preto foi alertada pelo empresário em dezembro de 2016, mas até a presente data o engenheiro continuava trabalhando normalmente. A PF também vai apurar esta informação.
As investigações vão prosseguir objetivando a identificação da participação de outros envolvidos e vítimas do esquema criminoso desmantelado na data de hoje.
Excepcionalmente, o nome e a imagem do preso estão sendo divulgadas pela PF haja vista informações que indicam a prática do mesmo crime em detrimento de outros clientes da Caixa Econômica Federal, que também tiveram que pagar valores indevidos para que as parcelas de seus financiamentos fossem liberadas.
Vítimas que identificarem o preso pelas imagens deverão procurar a Polícia Federal para que seja formalizada a informação. O preso será indiciado pelo crime de corrupção passiva (artigo 317 do Código Penal) com pena de até 12 anos de prisão. Após ser ouvido pela autoridade policial, ele será encaminhado para presídio da região de Jales onde permanecerá à disposição da Justiça Federal.