Assunto foi abordado durante o Segundo Encontro de Segurança de Voo, realizado para comemorar o sexto aniversário do Águia em Araçatuba
Cada vez mais avançados, os drones (aeronaves não tripuladas) são utilizados principalmente para filmagens aéreas. Mas o que facilita a vida de cinegrafistas e outros profissionais que dependem do registro de imagens, também pode representar um grande perigo. O motivo é que esses aparelhos dividem o céu com aviões e helicópteros e, na maioria das vezes, os “pilotos” não têm conhecimento das normas que regulam o espaço aéreo.
A necessidade de regulamentar o uso de drones e fiscalizar esse tipo de aeronave foi o tema de uma palestra promovida pela Polícia Militar durante o Segundo Encontro de Segurança de Voo, realizado ontem em Araçatuba.
O Tenente Coronel Luiz Scachetti Júnior, do Grupamento de Radiopatrulhamento Aéreo de São Paulo, foi o primeiro palestrante. Ele explicou que o avanço da tecnologia e a queda do preço dos drones incentivou a popularização desse tipo de aeronave que, às vezes, é utilizado até como brinquedo. Porém, em um local de risco como as proximidades de um aeroporto, pode provocar até mesmo a queda de uma aeronave. Além disso, os próprios equipamentos podem cair e atingir pessoas, causando ferimentos graves.
Para evitar esse tipo de acidente, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) estabeleceu regras para a pilotagem de drones, como ser maior de idade e possuir licença para usar o equipamento. Mas ainda há dúvidas sobre que órgãos devem conceder essa licença. “Além disso, a fiscalização é muito deficiente”, explica o militar. “Por isso a necessidade de se debater o uso dos drones e, principalmente, deixar claro que eles não são apenas plataformas para conseguir a melhor imagem, ou brinquedos de luxo, e sim produtos aeronáuticos”, afirma.
Aeródromos
O evento teve ainda a palestra do Aluno Oficial PM Walter Auada Botelho de Moraes Toledo, que falou sobre os aspectos de segurança na operação em aeródromos que não possuem controle por rádio e nem torre de comando, o que aumenta bastante o risco nos pousos e decolagens. Nesses casos, são os próprios pilotos que precisam trocar informações e organizar as manobras. Em Araçatuba, por exemplo, o aeroporto funciona no sistema misto, ou seja, possui rádio apenas em alguns horários, mas em outros os pousos e decolagens são coordenados por meio da troca de informações entre os comandantes das aeronaves. Nesse tipo de situação, segundo o militar, é preciso ainda mais atenção e disciplina.
Águia
O Segundo Encontro de Segurança de Voo foi organizado para marcar o aniversário de seis anos da Base de Radiopatrulha Aérea de Araçatuba, responsável pelo patrulhamento com o helicóptero Águia, e reuniu cerca de 80 pessoas entre público, autoridades e palestrantes.
Desde que chegou a Araçatuba, em 2011, a aeronave já realizou mais de 1.600 horas de voo, dando apoio aéreo a 2.500 ações da Polícia Militar. Os resultados também são surpreendentes: quase 500 pessoas detidas, 143 veículos recuperados e 63 armas apreendidas.