Uma empresária de Suzano é suspeita de ter forjado o seu próprio sequestro para evitar que o marido descobrisse que ela tinha “sumido” com cerca de R$ 60 mil do casal, segundo a polícia. O marido chegou a procurar a delegacia quando recebeu mensagens por um aplicativo de celular do filho do casal contando que eles tinham sido sequestrados.
De acordo com a polícia, mensalmente, o homem de 36 anos entregava cerca de R$ 1 mil para que a mulher depositasse em uma conta. A intenção dele era comprar um carro e, por isso, estava fazendo a poupança. O homem não exigia que a mulher entregasse os comprovantes de depósito e apenas anotava em uma caderneta a relação dos depósitos que acreditava que a companheira fazia.
O delegado Edson Gianuzzi contou nesta sexta-feira (12) que a situação se repetiu por anos e, no último dia 9, o marido pediu que a esposa fosse até o banco retirar a quantia de R$ 35 mil para comprar o carro. “Ela se apavorou, não depositou o dinheiro e acabou inventando essa história. Nós fomos até o banco e descobrimos que não tinham sido feitos os depósitos que ela devia ter feito durante o período”, conta.
Falso sequestro
O marido esteve na delegacia de Suzano na tarde do dia 9 de maio e contou que a mulher e o filho de 10 anos tinham ido ao banco para realizar a transferência de R$ 35 mil referente à compra de uma van.
Ele contou que, durante a tarde, passou a receber mensagens de áudio do filho de 10 anos contando que ele e a mãe tinham sido abordados por assaltantes que exigiam uma recompensa para libertá-los.
“Quando estávamos concluindo o boletim de ocorrência, ela ligou no começo da noite dizendo que tinha sido liberada. Nós já tínhamos em mente essa ideia da falsa comunicação do crime e aqui na delegacia ela acabou confessando. Aparentemente ela não tem perfil de usuária de drogas e não é uma pessoa infiel, mas não explicou como gastou o dinheiro”, disse o delegado.
Após ser encontrada no distrito de Jundiapeba, em Mogi das Cruzes, a empresária foi levada para a Delegacia de Suzano. Ela foi interrogada e vai responder em liberdade por falsa comunicação de crime. Um inquérito já foi instaurado para apurar o caso. “Eu quero ver alguma coisa referente ao Estatuto da Criança e do Adolescente, já que toda a trama que ela montou envolveu o menino. Inclusive umas das mensagens enviadas para o celular do pai, foi enviada pela criança de 10 anos”, finaliza Gianuzzi.