*Arnaldo Jardim é secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e deputado federal licenciado (PPS-SP).
Neste dia 24 de maio, Dia Nacional do Café, formalizamos o início da colheita do grão no Estado de São Paulo. Um evento especial no cafezal urbano do Instituto Biológico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, na Capital, o “Sabor da Colheita”.
O “Sabor da Colheita” abre simbolicamente a safra de uma das mais significativas culturas agrícolas do território paulista. Em 2016, mais de 6 milhões de sacas de 60 quilos foram colhidas, o equivalente a 364,26 mil toneladas – um aumento de produção de quase 50% perante as 4.086.491 sacas de 2015. Números que colocam São Paulo como o 3° Estado que mais produz café, atrás de Minas Gerais e Espírito Santo.
A área paulista em produção é de 210 mil hectares, conduzida por 16 mil cafeicultores nos principais cinturões cafeeiros, responsáveis por quase 80% da produção do Estado: Alta Mogiana de Franca; Mantiqueira de São João da Boa Vista; Espigão Garça/Marília; Sudoeste de Ourinhos e Mantiqueira de Bragança Paulista.
Ainda que a liderança da produção pertença a outros Estados, São Paulo concentra a maior parte dos negócios envolvendo a bebida. Pelo Porto de Santos, escoa-se mais de 80% dos embarques internacionais do produto, sendo também em Santos a maior parte das principais empresas exportadoras do Brasil. Processando cerca de 5 milhões de sacas ao ano, a indústria torrefadora paulista supre a demanda do mercado estadual e ainda atende outras unidades da federação.
O hábito de consumo da bebida é fortemente arraigado entre os paulistas e paulistanos. Dentre os empreendimentos privados, um dos que mais prospera e se dissemina é o ramo das cafeterias. Considerando apreciadores e estabelecimentos que servem a bebida, acrescido do consumo que ocorre no lar, a taxa de crescimento média da demanda por café tem registrado percentuais entre 3% e 4% ao ano, sendo que no segmento de cápsulas essa taxa é de dois dígitos, demonstrando o dinamismo desse mercado.
Uma pujança que encontra apoio do Governo do Estado de São Paulo em iniciativas como as pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Agronômico (IAC) da Secretaria fomentando novas cultivares de café. Vamos intensificar este trabalho em território paulista e integrá-lo ao Espírito Santo, como prevê acordo assinado neste mês pelo governador Geraldo Alckmin.
O documento prevê a troca de experiência de sucesso de tecnologias desenvolvidas por São Paulo e Espírito Santo no desenvolvimento de variedades de café conilon e de café arábica, mais resistentes à seca. A iniciativa inclui cooperação também em outras áreas, como produção animal, fruticultura e olericultura.
Desta forma, os trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), pelo IAC e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), da nossa Secretaria de Agricultura, serão compartilhados para auxiliar no desenvolvimento da agricultura e da agroindústria.
Temos ainda o apoio tecnológico ao cafeicultor desenvolvido pela Cati. Ele nos permitiu incorporar várias cooperativas dentro do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável Microbacias II – Acesso ao Mercado, apoiando o nosso produtor de café para que ele tenha mais condições de agregar valor a seu produto e gerar renda para sua família.
O nosso Instituto Agronômico dá início, também, ao programa de revitalização do nosso Banco de Germoplasma e ampliará cuidados para intensificar nossa área de pesquisas.
Oferecemos também apoio financeiro, com a linha Café Paulista do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). Ela garante financiamento ao pequeno produtor de todo o Estado no valor de até R$ 200 mil. O prazo de pagamento é de até sete anos, inclusa a carência de até três anos.
O recurso pode ser empregado para aquisição dos os itens necessários para implantação, manutenção e/ou renovação de lavouras de café. Inclui também todos os equipamentos novos e a infraestrutura necessária para o desenvolvimento da atividade.
São ações para fomentar uma das icônicas lavouras do Brasil. A história do café e a trajetória do desenvolvimento de São Paulo se confundem, se complementam e se enriquecem.
Boa safra ao nosso cafeicultor!