O jogo da ‘Baleia Azul’, que propõe 50 desafios aos adolescentes e sugere o suicídio como última etapa, fez uma vítima em São João do Iracema, cidade a 100 km de Araçatuba.
A polícia registrou o caso na tarde desta segunda-feira (24). Uma adolescente de 16 anos se cortou com lâmina e passou por atendimento médico na Santa Casa de General Salgado.
Ela passa por atendimento psicológico e não corre risco de morte. O Conselho Tutelar de São João do Iracema acompanha o caso, que também é investigado pela Polícia Civil.
De acordo com o registro policial, a adolescente morava no Mato Grosso do Sul e se mudou para a casa da irmã, em São João do Iracema, com medo de represália de curadores – como são chamados administradores do jogo.
A irmã da menina foi quem procurou a polícia para denunciar o caso. Conforme relato da adolescente, obtido com exclusividade pelo site RegionalPress, as tarefas a serem executadas iam desde brigar com uma pessoa da família até cortar, com lâmina, os braços e executar tatuagens manuais na palma das mãos, nas coxas e nos braços.
A adolescente chegou a realizar algumas das tarefas impostas e disse que ficou com receio do desfecho jogo, que é tirar a própria vida.
Ela contou à polícia que chegou a ser ameaçada após manifestar desejo de abandonar as atividades. A Polícia Civil vai abrir inquérito para apurar o caso.
A menina seria submetida a exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) de Araçatuba.
Outros Estados
A chamada ‘Baleia Azul’ preocupa pais, alunos e professores no Brasil. Há investigações policiais pelo menos três estados, sendo que em uma delas, em Mato Grosso, há uma morte envolvida. No Rio de Janeiro, uma tentativa de suicídio supostamente teria relação com o jogo.
O que atualmente está sendo conhecido como “jogo” na verdade é uma sequência de troca de mensagens em redes sociais e tarefas a serem cumpridas.
Nas conversas, um grupo de organizadores, chamados “curadores”, propõe 50 desafios macabros aos adolescentes, como fazer fotos assistindo a filmes de terror, automutilar-se desenhando baleias com instrumentos afiados em partes do corpo e ficar doente.
Conforme a polícia, o jogo foi um “fake news” (notícia falsa) divulgada por um veículo de comunicação estatal da Rússia que se espalhou a partir de 2015. O jogo não existia, mas com a grande repercussão da notícia, pode ter passado a existir, acreditam as autoridades.
Vejas algumas dicas de como lidar com o tema
1. Fique atento à mudança de comportamento
Uma mudança brusca de comportamento pode ser sinal de que a criança ou o adolescente esteja sofrendo com algo que não saiba lidar.
2. Compartilhe projetos de vida
Para entender se a criança ou adolescente está com problemas é fundamental que os pais se interessem por sua rotina. Este deve ser um desejo genuíno, e não momentâneo por conta da repercussão do “Jogo da Baleia”.
3. Abra espaço para diálogo
Filhos devem se sentir acolhidos no âmbito familiar, por isso, Elizabeth reforça que é necessário que os pais revertam suas expectativas em relação a eles.
4. Adolescentes devem buscar aliados
O adolescente precisa buscar as pessoas em que confia para compartilhar seus anseios, seja no ambiente escolar ou familiar, segundo as especialistas.
5. Escolas podem criar iniciativas pela vida
Assim como a família, as escolas podem ajudar a identificar situações de risco entre os alunos. Não é qualquer criança que vai responder ao chamado de um jogo como esse, são os que têm situações de vulnerabilidade. A escola ajuda a construir laços e tem papel fundamental de perceber como os alunos se desenvolvem.
*Matéria atualizada às 02h00 desta terça-feira (25)
Nota: Inicialmente, a informação era de que o caso teria ocorrido em Nova Castilho. No entanto, o registro policial foi feito em São João do Iracema, cidade próxima de Nova Castilho.