Resgate ocorreu no município de Nova Maringá, onde as vítimas trabalhavam no manejo da soja para a empresa COFCO Agri, indústria de processamento de produtos agrícolas com sede nacional em São Paulo
Trinta e uma pessoas foram resgatadas de uma multinacional chinesa em Mato Grosso, em situação semelhante à escravidão. O resgate ocorreu no município de Nova Maringá. As vítimas trabalhavam no manejo da soja para a empresa COFCO Agri, indústria de processamento de produtos agrícolas com sede nacional em São Paulo.
Os trabalhadores foram recrutados pelo Sindicato dos Trabalhadores de Movimentação de Mercadorias de Nova Maringá, a pedido da COFCO Agri. A procuradora do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso, Lys Sobral, relata a atuação do sindicato em relação aos trabalhadores.
Pelas irregularidades, foi comprovada a nulidade do contrato entre a empresa e o sindicato. A multinacional teve que se responsabilizar pelos direitos trabalhistas e restituir financeiramente as vítimas.
O Ministério Público do Trabalho informou ainda que as vítimas também relataram assédio moral, ameaças e até violência física promovidos pelo feitor.
Em nota a Cofco Agri informou que optou por um modelo de contratação com a participação da entidade sindical representativa dos empregados e que assim que recebeu a denúncia sobre a situação dos trabalhadores, adotou as medidas de adequação necessárias antes mesmo do início da fiscalização feita pelo Ministério do Trabalho.
Também disse repudiar qualquer situação que comprometa as condições do ambiente de trabalho e que ainda está revisando todos os processos e procedimentos relacionados à contratação.
A reportagem não conseguiu contato com o Sindicato dos Trabalhadores em movimentação de Mercadorias de Nova Maringá.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, esse é o maior resgate de trabalhadores em situação semelhante à escravidão realizado nos últimos oito anos.