Foi preso nesta sexta-feira, na zona rural de São José do Rio Preto, o caseiro Juvenal Pereira dos Santos, de 47 anos, principal suspeito do assassinato de Simone Moura Facini Lopes, 31 anos, integrante da Igreja Adventista do Sétimo Dia, acorrentada e morta a golpes de marreta, no último dia 12, naquele município. O suspeito já cumpriu prisão por condenação de sete anos, devido a um estupro praticado em Guararapes.
O acusado foi preso próximo à chácara onde ocorreu o crime, no Jardim Planalto. Ele tentou fugir, mas foi detido. No local do crime também morava F.L.F., de 64 anos, que está desaparecido desde o dia do assassinato da moça, e também é considerado suspeito pela polícia.
O caseiro, que já tem condenação anterior por um estupro praticado em Guararapes, negou o assassinato, mas a Polícia Civil acredita que tenha sido ele quem matou Simone. “Várias coisas relacionam ele ao crime. Ele é dono da corrente, onde a vítima estava amarrada, ele é dono de um dos cadeados, que ele alega que estava trancando o seu quarto no momento dos fatos. Algumas coisas que foram passadas para Polícia Militar não estão batendo. A arma do crime pertence a ele.
Ele alega que é o outro suspeito o autor do crime, mas fora a alegação não tem nada que relaciona o homem desaparecido ao crime, apesar da carta de amor encontrada”, afirmou o delegado Alceu Lima de Oliveira Junior. Segundo o delegado, possivelmente quem cometeu o crime é canhoto. “Há indícios pela forma que os golpes foram desferidos. E ele (Juvenal) é canhoto”. Simone, que era casada e mãe de um garoto de 12 anos, tentava converter o ex-detento, de 64 anos de idade, dando aulas de alfabetização a ele por meio de textos bíblicos.
A prisão de Juvenal é temporária, por 30 dias, e pode ser prorrogada por mais 30. Ele foi encaminhado para a carceragem da DIG e será encaminhado para a cadeia de Catanduva. Ele poderá responder por homicídio com quatro qualificadores: feminicídio (quando a vítima é morta devido à sua condição de sexo feminino), impossibilidade de defesa da vítima, emprego de asfixia e assegurar a impunidade de outro crime, nesse caso o estupro. No dia do crime, foi Juvenal quem ligou para Polícia Militar para falar que havia encontrado o corpo seminu, amarrado na cama e com o rosto ensanguentado.
A Polícia Civil constatou que cinco ligações foram feitas de três linhas telefônicas pertencentes a Juvenal para o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) entre as 19h e 22h30, mas somente na quarta vez o caseiro falou sobre o assassinato. Na última ligação ele não disse nada. Juvenal alegou que passou o dia fora de casa, na companhia da mulher dele, em Bady Bassitt. Policiais militares confirmaram a ida do caseiro ao município vizinho. Os peritos colheram material genético dele para análise de DNA. A polícia aguarda o resultado.
A namorada de Juvenal, uma dona de casa de 44 anos, não acredita na participação dele. Ela afirma que, na data do crime, passou o dia todo com o caseiro, que a ajudou a fazer a mudança de casa. “Ele saiu de casa às 20h30 e o corpo da moça foi encontrado depois das 22 horas. Eu quero conversar sozinha com ele para que me diga o que aconteceu, mas desde quando o crime aconteceu não consegui mais falar com ele”, disse a mulher, que não quis ser identificada. O casal, segundo ela, mantém um relacionamento de quatro anos e tem uma filha de 1 ano e dois meses.
Juvenal foi condenado a 7 anos por estupro em Guararapes, mas a dona de casa disse que não sabia que o companheiro tinha cumprido pena por crime sexual. A mulher de Juvenal contou que conheceu Simone durante as visitas que a vítima fazia na chácara para levar alimentos e ensinar Francisco a ler e escrever. “Era uma moça muito simpática. A convivência entre os dois era muito boa. Sempre que podia, ela passava na chácara para levar restos de comidas para dar para as galinhas que eles criavam.” A dona de casa deverá ser ouvida pela Polícia Civil nos próximos dias. (Fonte: G1)