Dezenas de contemplados com unidades no conjunto habitacional Porto Real 2 fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira, na entrada do bairro, contra a indefinição da entrega das chaves, prevista para esta sexta-feira. Manifestantes disseram que durante a assinatura do contrato, na sexta-feira passada, foi dito que nesta sexta-feira (31) seriam entregues as chaves.
As reclamações estavam relacionadas principalmente ao fato de contemplados que moram de aluguel e rescindiram contrato para desocupar o imóvel, e até mesmo caso de pessoas que só ficaram sabendo que não haveria nenhuma entrega, ao chegar no local com parte da mudança. Veja o vídeo:
Os manifestantes pediam a presença e a explicação do prefeito, Dilador Borges, e afirmavam que oficialmente ninguém havia sido comunicado. No final da manhã um representante da Caixa Econômica Federal foi quem comunicou aos manifestantes que a entrega será no próximo dia 4, terça-feira.
Na tarde de quinta-feira (30/03) a assessoria de imprensa da prefeitura havia emitido uma nota à imprensa informando que “A Prefeitura de Araçatuba esclarece que está aguardando a definição da data de entrega das casas do Porto Real 2, que será definida pelo Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal. Por contrato, a segurança do local é de responsabilidade da construtora até a entrega dos imóveis.” Informações de bastidores era a de que esse adiamento poderia estar relacionado a possível vinda do presidente Michel Temer a Araçatuba.
INDIGNAÇÃO
Os moradores estavam protestando contra a falta de informação e o fato de as casas não serem entregues nesta sexta, com estava previsto. Tatiane Paula Lopes, 26, mora em um imóvel alugado no bairro Alvorada e havia feito um acordo com o proprietário para entregar hoje o imóvel.
“Não sei o que vou fazer nem para onde vou levar as minhas coisas. Meus filhos já estão matriculados na escola perto do bairro e começariam frequentar as aulas já na próxima segunda-feira”, disse.
Cíntia Luana Rocato de Souza, 26, também acreditava que iria receber as chaves e disse que já havia formalizado a entrega da casa onde mora, de aluguel, no bairro Paraíso. “Só fiquei sabendo que não iria mais ter a entrega hoje por um grupo de whatsapp”.
Esse desencontro de informação quanto a data de entrega também trouxe transtorno à família da desempregada Eunice da Silva. Sem recursos para pagar aluguel, ela, o marido e dois filhos estavam morado de favor na casa de parentes, em Avanhandava. Hoje pela amanhã a família chegou com o carro cheio de coisas da mudança, e ficou sabendo que não poderia descarregar a mudança. “O pior é que não temos o que fazer. Mal temos dinheiro para voltar”, contou.
O desempregado Vladimir Santos Filho, de 50, também não sabia do adiamento e chegou, sob sol forte, com o filho, cadeirante, pensando que iria receber as chaves. Sua maior indignação era o fato de que ninguém da prefeitura, que havia anunciado para esta sexta-feira a entrega, se manifestou oficialmente aos contemplados para dar um posicionamento sobre a situação.
Assim como muitos outros contemplados o drama de não ter para onde ir afetou a desempregada Silene Alves, de 31 anos. Ela entregou a casa que morava pagando aluguel e foi para a casa de uma amiga, mas com o compromisso de ficar somente até esta sexta-feira. Como está de favor, ela disse que precisará sair, mas não faz ideia para onde vai até que seja feita a entrega.