A Polícia Militar prendeu, na sexta-feira (3), um jovem suspeito de matar a ex-namorada, Andressa Cristina Marçal Souza, de 16 anos, e o atual namorado dela, Uenio Leite da Silva, de 25, em Goiânia. Em um vídeo gravado pela corporação, Rafael Rodrigues da Rocha diz que era inimigo de Uênio, que, segundo ele, já havia o ameaçado de morte.
Na gravação o suspeito, e ex-namorado de Andressa, fala que já teve três passagens pela polícia e explica qual era a relação dele com Uenio. “Porque ele falou que eu tinha ‘caguetado’(sic) o alemão, mas eu não ‘caguetei’(sic). Aí ele falou que ia me matar. Falou que ia me matar boca a boca”, diz o suspeito na gravação.
Rafael foi preso na noite de sexta-feira (3) em um apartamento no Jardim Belo Horizonte, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Segundo a PM, ele estava com um colete à prova de balas e foi levado para para o 1º Distrito Policial da cidade.
Andressa e Uenio foram encontrados mortos na madrugada da quinta-feira (2), na casa do rapaz, no Setor Chácaras Retiro, em Goiânia. Os parentes dizem que a garota saiu de casa por volta do meio-dia de terça-feira (28) e não fez mais contato.
O G1 tentou falar com o delegado Marco Aurélio Ferreira, da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH) e responsável pela investigação do duplo homicídio, mas as ligações não foram atendidas.
Na quinta-feira (2), o assessor da Polícia Civil de Goiás, delegado Gylson Mariano, disse que o crime pode ter sido motivado por um acerto de contas. “Testemunhas nos relataram informalmente que ele tinha envolvimento com o tráfico de drogas e isso pode ser o motivo do crime”, disse.
A Polícia Técnico-Científica também foi até a casa onde os corpos foram achados. Segundo o perito Ricardo Matos, a suspeita é de que as mortes foram premeditadas. “As características mostram que os autores agiram no momento em que as vítimas estavam em repouso, estavam sem chance de defesa”, contou. Segundo ele, Uenio levou três tiros e a adolescente, dois.
Relacionamento
Na quinta-feira (2), a mãe de Andressa, a dona de casa Mara Sandra Marçal Rodrigues, de 36 anos, disse que era contra o relacionamento da menor com o rapaz e temiam que algo errado acontecesse com a garota. “Eu não gostava dele, tinha medo de que acontecesse algo ruim. Agora eu fiquei sem minha filha. Por que esse cara [autor do crime] matou minha ela também? Ela não fazia maldade para ninguém,” lamentou.
Amigos da adolescente também disseram que não aprovavam o namoro. “A gente alertava ela, mandava sair fora do Uenio. Ele era estranho, tinha rolo com muita gente, mal olhava para a gente. Todos sabiam da má fama dele aqui no bairro, tanto que ele não parava em lugar nenhum. Vivia mudando de casa, fugindo. Eu tenho certeza de que ela não foi o alvo desse crime. Morreu porque estava com ele”, disse a estudante Maísa Pereira.
A estudante Yasmin Rosa, 19, também diz que os amigos falavam para Andressa deixar de ver o rapaz, mas ela estava cada vez mais envolvida. “Ele tinha muito ciúmes dela, então, desde o começo, sabia que não ida dar certo. Mas ela estava cega, apaixonada, achava que ele era mil maravilhas. Uma vez saí com eles e ele nos levou em uma festa barra pesada, com muita gente estranha, foi aí que falei para ela romper com ele. Mas ela não escutava”, lamentou.