Segundo pesquisa da FecomercioSP, o mercado de trabalho do comércio varejista da região recuou 2,1% na comparação com dezembro de 2015
Em dezembro, o comércio varejista na região de Araçatuba fechou 159 postos de trabalho, resultado de 1.087 admissões contra 1.246 desligamentos. No acumulado de 2016, foram eliminados 754 empregos com carteira assinada, o que levou a um recuo, na comparação com dezembro de 2015, de 2,1% no estoque total, que atingiu 35.083 trabalhadores formais.
As informações são da Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), elaboradas com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no estado de São Paulo, obtido com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Das nove atividades analisadas, apenas as de supermercados (2,7%) e farmácias e perfumarias (0,2%) apresentaram crescimento no estoque de empregados em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2015. As quedas mais expressivas foram vistas em outras atividades (-6,4%), concessionárias de veículos (-6,4%) e lojas de móveis e decoração (-5,2%).
Desempenho estadual
O comércio varejista do Estado de São Paulo eliminou 5.133 empregos com carteira assinada em dezembro, resultado de 66.721 admissões e 71.854 desligamentos, revertendo o cenário observado no mês anterior, quando 15.772 vagas foram abertas. Com isso, o varejo encerrou 2016 com um estoque total de 2.082.883 trabalhadores, queda de 2,2% na comparação com o mesmo período de 2015. Apesar do desempenho negativo, ele foi mais ameno do que o registrado em dezembro do ano anterior, quando 12.181 postos de trabalho foram fechados. No acumulado do ano, foram extintos 47.146 empregos com carteira assinadas.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, mais de 107 mil empregos formais com carteira assinada foram extintos no comércio varejista do Estado de São Paulo nos dois últimos anos, o que demonstra o impacto da atual crise econômica no mercado de trabalho do maior varejo brasileiro. O ano de 2016 pode ser caracterizado, segundo a Entidade, como um ato contínuo de enxugamento do quadro de trabalhadores dos estabelecimentos, ante a uma redução de suas vendas, que já vem desde 2014.
O saldo negativo inferior já era esperado pela Federação, na medida em que há uma menor capacidade empresarial de reduzir ainda mais o número já diminuto de funcionários. Tal realidade acabou sendo complementada por um segundo semestre de geração de postos de trabalho, onde se observou mais otimismo dos contratantes diante das festas de fim do ano.
Entre as nove atividades pesquisadas, apenas duas apresentaram crescimento no número total de empregos na comparação com o mesmo mês de 2015: farmácias e perfumarias (2,3%) e supermercados (0,6%). Por outro lado, os piores desempenhos foram registrados nos segmentos de concessionárias de veículos (-6%), lojas de móveis e decoração (-5,1%) e lojas de vestuário, tecidos e calçados (-5%).
Com relação aos dados por ocupações, as funções com pior saldo em dezembro foram de escriturários de controle de materiais e de apoio à produção (-1.460 vagas) e escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos (-889 vagas).
Segundo a FecomercioSP, para 2017, o cenário deve ser ainda muito difícil, pois o varejo não será capaz de recuperar as perdas de 2016, muito menos dos dois últimos anos. Para a Entidade, parece ser um ano no qual a redução de empregos formais do primeiro semestre deverá ser compensada pela geração nos últimos seis meses. Porém, este movimento só será possível se houver continuidade de queda da inflação, estancamento da evolução do endividamento e da inadimplência, além da continuidade de quedas nas taxas de juros. Tais expectativas são condicionantes diretas do poder de compra das famílias, do seu consumo e, por conseguinte, das receitas de vendas do próprio comércio varejista, de acordo com a Federação.