Ao longo dos últimos 12 meses, os preços das carnes apresentaram alta de 1,61%, contra 6,43% da inflação registrada nos supermercados por meio do IPS (Índice de Preços dos Supermercados APAS/FIPE). O resultado está relacionado à desaceleração e à queda de preços nas carnes bovina e suína.
Em 2016, os preços do grupo das Carnes, Leite e Cereais (Semielaborados) registraram alta de 6%, percentual abaixo do Índice Geral do IPS que foi de 7,93%. Houve desaceleração dos preços das Carnes Bovinas (0,07%) e redução dos preços da Carne Suína (-2,39%). Já os demais itens pressionaram os preços para cima, como é o caso de Leite (8,44%) e de Cereais (18,97%).
Para a APAS, mesmo a carne sendo item de necessidade básica, a instabilidade econômica contribuiu para a queda na compra do item, reforçando a lei da oferta e procura. “As carnes têm registrado um comportamento de preços mais moderado, principalmente pela redução na demanda, diante de um cenário econômico ruim, que impacta no emprego e na renda da população”, explica Rodrigo Mariano, gerente de Economia e Pesquisa da APAS.
Aliado a isto, e de maneira a garantir o abastecimento aos clientes, os supermercadistas tendem a negociar ainda mais com os fornecedores da indústria de carnes no País para que qualquer repasse de preços seja minimizado, a fim de não onerar o consumidor final.
A APAS explica que a cadeia produtiva da carne, que se inicia pelos produtores, passando por frigoríficos, indústria e, por fim, os supermercados, tem diferentes variações de preços conforme o grau de maior ou menor concorrência – existem menos produtores, frigoríficos e indústrias do que supermercados, sendo possível aos primeiros planejarem preços mais próximos à margem de lucro desejada.
“O varejo, e, consequentemente, os supermercados, está posicionado como o elo final da cadeia de comércio das carnes, sendo o que conta com a maior concorrência. Com isso, não é viável aumentar os preços sem correr riscos de perder o consumidor para a loja vizinha. Isso evita ainda mais os aumentos de preços ao final da cadeia de abastecimento das carnes ou de qualquer outro item”, explica o economista.
Desde o Plano Real, em 1994, os preços das carnes tiveram variação média aproximada de 219%, enquanto os preços dos supermercados, mensurados pelo IPS, apontam para uma elevação de 222%.
“A diferença de variação de preços só não é maior porque ao longo dos últimos anos houve crescimento expressivo na demanda de carnes do mercado externo, o que reduz a disponibilidade do produto no mercado interno e a possibilidade de preços menores e mais estáveis ao longo do tempo”, conclui Mariano.
Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.387 associados, que somam mais de 3.133 lojas.
Sobre a APAS Regional Araçatuba – Em 2015, a região de Araçatuba foi responsável por 1,3% do faturamento do setor supermercadista no estado, o que equivale a aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Aqui, o setor emprega, aproximadamente, 7 mil colaboradores. A regional possui 79 supermercados associados, sendo 107 lojas, em 47 municípios. E assim, o setor desponta como uma das principais atividades do comércio e do PIB da região. Só na cidade de Araçatuba o setor de supermercados faturou em 2015 R$ 373 milhões, o que equivale a 30% da região e 0,4% do faturamento de todo o estado de São Paulo.