Manifestantes ocuparam a frente do fórum de Araçatuba na manhã desta quarta-feira em um movimento pedindo Justiça, horas antes do início do julgamento de dois dos acusados de participação no duplo homicídio, do casal Egídio Ribeiro, 56 anos, e sua esposa Clarice Miranda Ribeiro, 55, mortos a tiros dentro de casa, no bairro Jussara, em outubro de 2014. Eles foram mortos no lugar do filho.
Hoje estão sendo levados a júri popular o acusado de ser o mandante do crime, Carlos Alberto Sales, que trabalhava na prefeitura quando foi preso, e Emerson Ferreira de Brito, acusado de ter levado o atirador, Laire Antônio Neves Feltrin, que já tinha passagens pela polícia, até a casa das vítimas.
Com faixa pedindo Justiça, familiares e amigos das vítimas ocuparam parte da avenida Brasília, e estão aglomerados em frente ao fórum. O público lotou o salão do Tribunal do Júri e foi preciso distribuir senhas para organizar a entrada do público, composto por amigos e parentes das vítimas, imprensa e universitários, a maioria do curso de direito. O julgamento tem previsão, de acordo com o Ministério Público, para terminar ainda na noite desta quarta-feira.
O acusado de ter atirado contra o casal havia recorrido da pronúncia, e como aguarda recurso, não será julgado junto aos outros dois acusados.
O CASO
De acordo com a acusação, o casal foi assassinado dentro de casa por um homem que tentava matar o filho deles, o motorista Fábio Luís Ribeiro, de 26 anos, que conseguiu escapar. O crime, passional, teria sido encomendado pelo ex-sogro do filho do casal.
A dona de casa Clarice Miranda Ribeiro, de 55 anos, e seu marido, o aposentado Egídio Ribeiro, de 56, morreram sem motivo, após serem surpreendidos na sala pelo atirador, que invadiu a residência atrás de Fábio.
O rapaz se escondeu em um quarto nos fundos, mas o casal recebeu diversos tiros. Atingida no peito e na cabeça, Clarice morreu na sala e Egídio, baleado nas costas, caiu no corredor da casa da família, que fica na rua Aparecido Romano, Jardim Jussara. Segundo a polícia, o atirador fugiu depois que a munição acabou.
Fábio Ribeiro disse que estava na calçada, na frente de casa, e correu para dentro quando, de uma picape que parou em frente de sua casa, desceu um homem armado e lhe apontou a arma dizendo para não correr. “Fiquei assustado e corri para dentro”, disse Ribeiro. Ele também contou que, escondido no quarto dos fundos, ouviu os disparos contra seus pais.
A polícia apurou que o crime teria sido encomendado pelo ex-sogro de Fábio, que estaria revoltado com a relação do genro com a filha. Em uma desavença, Fábio teria causado danos materiais no carro do ex-sogro. Em razão das desavenças ele teria encomendado a morte de Fábio.