Equipes médicas do Hospital de Base e do Hospital da Criança, de São José do Rio Preto (SP), fizeram nesta sexta-feira (3) uma megaoperação para captar órgãos e tecidos de três doadores para transplantar em 14 pessoas. Segundo os hospitais, é muito raro três captações em apenas um dia.
Os doadores foram uma moça de 25 anos, de Guapiaçu (SP), um rapaz de 23 anos, de Guaraci (SP), e uma menina de 12 anos, de José Bonifácio (SP). A moça, vítima de acidente de moto, doou os pulmões, fígado, córneas, rins e ossos (fêmur e tíbia). Após sofrer um AVC, o rapaz não resistiu e doou os rins. A criança morreu em decorrência de infecção no cérebro e doou o fígado, rins e córneas.
Desde a quinta-feira (2) até o início da noite desta sexta-feira, mais de 60 profissionais dos dois hospitais e da Organização de Procura de Órgãos (OPO) foram mobilizados para que as famílias concordassem com a doação e as cirurgias fossem realizadas. “Todos os profissionais dos hospitais empenham-se ao máximo para que possamos salvar muitas vidas e em respeito e consideração pelo gesto de grandeza dos familiares desses doadores”, afirma o nefrologista João Fernando Pícollo, coordenador da OPO.
Quando um órgão é retirado do corpo para doação, começa uma luta contra o tempo para o transplante ser feito. No caso do pulmão, do momento da retirada do corpo do doador até o seu transplante para o receptor devem transcorrer, no máximo, 6 horas. No caso do fígado, são 12 horas e, dos rins, 30 horas.
Os procedimentos cirúrgicos envolveram também médicos do Instituto do Coração (Incor) de São Paulo, para onde foram levados os pulmões da moça, e do Hospital Bandeirantes, também da capital paulista, destino do fígado e um dos rins da menina.