“Surto de Influenza Aviária na Ásia provocam vulnerabilidade na atividade avícola e merecem pronta mobilização”
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, solicitou ao Governo Federal apoio para reforçar as medidas de controle sanitário nas fronteiras do País, para evitar a incidência de Influenza Aviária e Doença de Newcastle.
Em resposta às recentes declarações do ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, o secretário afirmou que “as cargas e passageiros que desembarcam em portos e aeroportos merecem especial atenção nesse processo, pois a introdução de agentes de enfermidades pode ocorrer por trânsito de pessoas, importação de animais e materiais genéticos, produtos biológicos, lixos de bordo de aviões e navios”.
O titular da Pasta Estadual comunicou ainda as ações rotineiramente executadas pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), que foram reforçadas a partir da incidência de novos casos de Influenza Aviária no mundo – detectados na Ásia, Europa, África, Américas Central e do Norte e, mais recentemente, no Chile.
Para assegurar as condições de produção, consumo interno e exportação, em atendimento ao Decreto nº 61.285/2015 e à Resolução SAA n° 4/2016, foi elaborado o Plano Estadual de Prevenção à Influenza Aviária e Abordagem dos Problemas Relacionados à Saúde Humana.
O Comitê que formulou o planejamento é formado por membros das Secretarias de Agricultura e Abastecimento, por meio da CDA e da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta); da Saúde; de Meio Ambiente; da Segurança Pública, por meio da Polícia Militar Ambiental; e da Fundação Parque Zoológico de São Paulo.
De acordo com o médico veterinário Fernando Gomes Buchala, titular da CDA, embora a doença seja endêmica na Ásia, inclusive causando mortes em humanos e atualmente esteja se disseminando por diversos continentes, o Brasil está livre desta enfermidade. “A CDA, por meio do Programa Estadual de Sanidade Avícola, está reforçando o planejamento operacional para possibilitar o aumento das atividades de vigilância sanitária e a atenção em relação às medidas para atender às suspeitas de casos de Influenza Aviária e Doença de Newcastle”, afirmou o dirigente.
Ações preventivas
Em alerta sanitário estadual emitido em dezembro de 2016, a Coordenadoria orientou as equipes dos Escritórios de Defesa Agropecuária (EDA) de todo o Estado sobre a necessidade do envio de notificações de sintomas neurológicos e/ou respiratórios, assim como a ocorrência de mortalidade, principalmente em aves da ordem Anseriformes, Galiformes e Charadriformes, em estabelecimentos avícolas industriais (comerciais e reprodução), estabelecimentos avícolas de subsistência e de aves ornamentais, assim como parques, zoológicos e mantenedores/conservacionistas localizados no Estado de São Paulo.
De acordo com o Plano Estadual, a Secretaria é responsável pelas atividades de vigilância epidemiológica, controle e erradicação de doenças em animais; a realização de ações educativas junto a produtores rurais, associações representativas, escolas primarias, escolas técnicas e universidades; a capacitação permanente do Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais (Gease); a atualização do cadastro georreferenciado, em formato eletrônico, de todos os estabelecimentos avícolas comerciais e os sítios de invernada de aves migratórias; e o acesso ao cadastro, atualizado pela SMA, de Zoológicos, Parques, Criatórios Conservacionistas, Centros de Triagem, Mantenedores de Fauna Silvestre, abatedouros e graxarias e, estabelecimentos de comercialização de aves vivas.
Por meio do Instituto Biológico, a Pasta também realiza os exames laboratoriais pelas técnicas Elisa, IDGA e PCR, para o diagnóstico de doenças em animais e para o monitoramento epidemiológico por meio de suas unidades de pesquisa.
Biosseguridade
Fatos como o surto de Influenza Aviária provocam vulnerabilidade na atividade avícola e merecem pronta mobilização, ressaltou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim. “Um importante passo na proteção das exportações do agronegócio paulista foi dado em 2016, com a implantação de projeto de compartimentação da avicultura industrial de acordo com as regras estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)”, afirmou o secretário.
Em dezembro de 2016, a Cobb-Vantress foi a primeira empresa a receber o documento emitido pelo Mapa, com validade de dois anos, para suas unidades em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná. “Todo o processo de formatação do projeto, simulações e atendimento às exigências de biosseguridade pelo órgão internacional foi acompanhado pela CDA, que agora será responsável pela monitoria das propriedades no entorno do compartimento. Manter as condições de saudabilidade é uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin para a Pasta”, ressaltou Arnaldo Jardim.
Números do setor avícola
Com notória importância social e econômica, a atividade avícola no Brasil foi responsável pela produção de 13,14 milhões de toneladas de carne de frango em 2015, sendo que 32,7% deste total foram destinados à exportação, conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Somente o Estado paulista produziu 1.588.652,1 toneladas de carne de frango naquele ano.
Já a produção nacional de ovos chegou a 39,5 bilhões de unidades em 2015, com o Estado de São Paulo sendo responsável por 33,24% deste total, considerado o maior produtor de ovos para consumo humano do País. Além disso, é o maior exportador de material genético, uma vez que as principais casas genéticas do mundo têm instalações em território paulista.