O prefeito de Araçatuba, Dilador Borges, tem mostrado não ter tolerância com casos que vem ganhando repercussão negativa na mídia e nas redes sociais. Nesta terça-feira ele exonerou do cargo a secretária municipal de Cultura, Marly Garcia. A decisão se deu um dia após 14, dos 15 vereadores do legislativo araçatubense, optarem pelo arquivamento do pedido de abertura de uma comissão processante para apurar possível irregularidade na forma em que se deu a nomeação da agora ex-secretária.
Além da repercussão da nomeação, após arquivamento da Comissão Processante o assunto foi muito debatido nas redes sociais, inclusive com duras críticas aos vereadores que defenderam com veemência o arquivamento da CP, que na realidade seria apenas uma forma de apurar os fatos, não significando qualquer tipo de punição ou sansão imediata. Único vereador a favor da abertura de CP, o vereador Arlindo Araújo chegou a dizer que “quem não deve não teme”.
Um dos mais criticados foi o vereador Almir Fernandes Lima, que ficou conhecido por liderar manifestações contra o PT e contra a corrupção, e que agora tem demonstrado agir da forma em que ele próprio criticava.
O pedido de abertura de CP foi feita pelo técnico e operador de som, Daniel Lameu, candidato derrotado ao Lesgislativo nas últimas eleições, pelo Solidariedade, partido que integrou a chapa de Dilador na corrida eleitoral. Apenas o vereador Arlindo Araújo votou a favor do recebimento da denúncia para apuração dos fatos. Os demais vereadores foram contra o recebimento.
Lameu entrou com pedido de CP após nomeação de Marly Garcia para assumir a Cultura, no mesmo dia em que ela parcelou uma dívida superior a R$ 64 mil, por uma condenação judicial referente ao sumiço de aparelhos de ar condicionado da mesma secretaria, na época em que ela foi titular da pasta, como diretora, na gestão do ex-prefeito Jorge Maluly Netto.
Na época, após assumir a prefeitura, Marilene Magri pediu instauração de uma sindicância, que culpou a então ex-diretora pelo sumiço dos aparelhos. O jurídico da prefeitura, em 2009, deu andamento ao caso remetendo-o à Justiça.
Condenada e com dívida junto ao tesouro municipal, Marly Garcia não poderia assumir o cargo. No entanto, ela fez um acordo à véspera da nomeação e parcelou a dívida em 90 dias. O fato foi contestado por algumas pessoas.
Uma denúncia com o mesmo teor de Lameu foi protocolada no Ministério Público por Iranilson Silva, que alega desrespeito ao Código Tributário. Segundo ele, não está previsto parcelamento de dívidas de execução judicial, apenas de tributos municipais.
Em nota, a assessoria de imprensa da prefeitura resumiu a exoneração de Marly alegando que, apesar da nomeação ter sido feita com total segurança jurídica, o prefeito optou pela exoneração por prudência, tendo em vista a divergência de interpretações.
Recentemente ele exonerou o advogado Celso D´Alkimin, o qual havia sido nomeado em cargo de diretor na Secretaria de Assuntos Jurídicos. O prefeito não tolerou comentários ofensivos do advogado em rede social, sobre a morte da ex-primeira dama Marisa Letícia. O caso começou a repercutir nas redes sociais e na hora Dilador pediu a exoneração do advogado.
A primeira baixa do governo foi do ex-secretário jurídico, Ermenegildo Nava, que teve a irmã e a nora também nomeadas em cargo de comissão no governo de Dilador Borges. Ele acabou pedindo exoneração do cargo após polêmica sobre nepotismo, uma prática que ele condenava desde 2006.