O bom humor continuou a dar o tom dos negócios com ações e levou o Índice Bovespa a uma alta de 0,76%, aos 69.052,02 pontos – maior nível desde 7 de abril de 2011. O apetite do investidor foi encorajado por fatores internos, como a expectativa de queda de juros, e por razões externas, como o bom desempenho das bolsas da Europa e dos EUA. O volume de negócios somou R$ 8,5 bilhões.
O Ibovespa começou a testar os 69 mil pontos ainda pela manhã, mas foi contido pelas ações da Vale, que cederam a um movimento de realização de lucros, devolvendo parte dos fortes ganhos da véspera. Outros papéis, no entanto, foram embalados pela expectativa de que amanhã o Banco Central corte a taxa Selic em 0,75 ponto porcentual – ou até mesmo 1 ponto. Ações de bancos, construção e varejo refletiram esse clima de otimismo.
“O mercado vem antecipando um novo corte de juros, talvez de um ponto porcentual, já considerado por algumas casas. Creio que um corte desse tamanho não seria exagerado, dadas as fracas condições da economia do País. Seria bem-vindo”, disse Shin Lae, analista da Upside Investor.
As ações da Vale e da Bradespar foram o contraponto do otimismo na bolsa, um dia após a notícia do acordo de acionistas. Bradespar PN (acionista da Vale), que na véspera havia disparado 16,62%, hoje recuou 2,07%. Vale ON e PNA, que haviam subido mais de 6% na segunda-feira, desta vez recuaram 2,44% e 1,49%, respectivamente. “O resultado financeiro da Vale será conhecido na próxima quinta-feira e a expectativa é de um balanço bastante forte”, disse Marco Saravalle, analista da XP. “Ainda há diversos investidores esperando uma oportunidade para entrar (em ações da Vale)”, afirmou.
A consolidação do Ibovespa no patamar dos 69 mil pontos aconteceu somente nos ajustes finais do pregão. Entre as maiores altas do índice, destaque para Cemig PN (+5,73%), Ecorodovias ON (+4,73%), Weg ON (+3,55%) e Brasil Malls ON (+3,50%). No setor financeiro, Bradesco ON (+3,03%), Bradesco PN (+2,81%) e Santander unit (+2,59%) foram as altas mais significativas.