Ação é uma tentativa do Governo Federal de movimentar a economia do país
O Governo Federal vai liberar, a partir de fevereiro, o saque das contas inativas do FGTS. Contas inativas estas que correspondem a valores depositados por empresas em que o trabalhador foi demitido por justa causa ou pediu demissão, não tendo direito, portanto, a saque na época da rescisão. Esses valores estavam retidos no fundo do FGTS e por lá ficariam até que o trabalhador passasse pelo menos três anos sem carteira assinada – Após esse período os recursos estariam disponíveis para saque.
Entretanto, com a medida tomada pelo governo, todo trabalhador que possua valores inativos na conta de FGTS até 31/12/2015 terá direito a saque. Inicialmente, o valor seria limitado, porém, a equipe econômica voltou atrás e decidiu liberar o valor integral retido nas contas.
Estima-se, segundo a Caixa, que existam hoje em torno de 18,6 milhões de contas inativas no FGTS com valor total de R$ 41 bilhões. São esperados algo próximo a 10 milhões de beneficiados (já que alguns têm mais de uma conta inativa). Já a previsão de valores em saques gira em torno dos 30 bilhões, já que algumas contas possuem saldos insignificantes e certamente não serão procurados pelos titulares. Têm direito ao saque todos os trabalhadores demitidos por justa causa ou que tenham pedido demissão até o dia 31/12/2015.
A medida, porém, não contempla trabalhadores que permaneceram no mesmo emprego em empresa que mudou de CNPJ. Ainda segundo a Caixa, os pagamentos estão previstos para iniciar já no mês de fevereiro e o cronograma possivelmente será organizado de acordo com a data de aniversário do trabalhador, como já ocorre com os pagamentos do PIS. Os saques serão realizados através do cartão cidadão, das agencias Caixa, casas lotéricas e correspondentes bancários.
Há também a possibilidade, ainda em discussão, de se creditar automaticamente os valores diretamente em conta corrente para os clientes CEF.
Esta medida faz parte da tentativa do governo de reaquecer a economia e incentivar o consumo e o fluxo de recursos, principalmente no setor de comércio, que deve experimentar aumento de vendas durante o ano com a liberação progressiva destes valores. Importante frisar também que o corte de 0,75% na taxa básica de juros SELIC, é outro fator de incentivo ao consumo; principalmente de bens duráveis, dadas as melhores condições para o crédito, por exemplo.
Outro setor que deve ter aumento é o de investimentos, pois, se, por um lado, espera-se que as famílias utilizem o #Dinheiro do FGTS principalmente para consumir, estima-se que, na outra ponta, haverá pessoas que irão aproveitar a entrada inesperada destes recursos para investir e poupar para o futuro. Assim sendo, podemos esperar também aumento no número de aplicações, principalmente em renda fixa, como os CDBs, LTN e até a velha caderneta de poupança.