Os pais da menina Sofia, de 2 anos, morta com um tiro no rosto enquanto brincava em um parquinho, registraram uma denúncia de calúnia nesta quarta-feira (25) contra uma professora da rede estadual de ensino. Em uma rede social, a mulher escreveu que a morte da criança era “justiça divina”, pelo fato de o pai da criança ser policial militar.
“Pai policial do 41º batalhão (Irajá), o mesmo que matou 5 em Cosa Barros, só pq estavam comemorando o primeiro salário de um deles. A mãe de uma das vítimas morreu de depressão, qdo os PMs envolvidos foram absolvidos. Pois é, ontem a dor de uma família, hoje a dor é na sua família. A criança virou anjo… A vc PM que mata todo dia, uma lição. Justiça sempre (nunca) vem pela toga. Aprende isso“, escreveu em seu perfil a professora Denise Oliveira, que pertence ao quadro da Secretaria de Estado de Educação.
Em resposta a uma mulher que perguntou o que a morte de uma criança de 2 anos teria de “justiça”, ela ainda respondeu: “Justiça divina, já ouviu falar nisso? Pois é… Pra quem acredita, Deus não dorme, cobra!”.
Nesta quarta, na delegacia, os pais de Sofia disseram que a professora e pediu desculpas após a repercussão do caso. Apesar de não guardarem mágoa, eles dizem querer punição.
“Ela foi infeliz no comentário. Minha filha não tem nada com isso. Não tenho raiva nem ódio, pois minha filha me ensinou a ter muito amor. Ela [a suspeita~] tem que ser punida. Inclusive mandou nota se desculpando e reconhecendo o erro. A gente desculpa, o que a gente queria ela reconheceu. Não dá pra gostar de todas as opiniões em uma rede social. Mas ela tem que ser punida pelo o que fez”, diz o pai Felipe de Souza Amaral Fernandes.
A mãe de Sofia, Herica, diz que a mulher que teria feito os comentários na internet “riu” de Sofia. “O Brasil inteiro está sentindo a dor que estamos sentido. O que esta me confortando é que anjo não vive muito tempo na terra.”
O G1 não conseguiu contato com a professora até a última atualização desta reportagem. A Secretaria de Estado de Educação informou que abriu sindicância para apurar o fato e orientou o diretor da escola onde ela leciona para que ela não volte a dar aulas até a conclusão da apuração.