O caso do bebê abandonado na véspera de Natal no bairro Água Branca 3 está sob investigação da Polícia e o Regionalpress entrevistou com exclusividade (assista o vídeo abaixo) a mulher que diz ter encontrado o bebê de um ano próximo a sua casa, Muriel Serpa Barros, de 33 anos. A versão dela contradiz a versão da mãe da menino, Juliana de Oliveira, 21, que segundo o Conselho Tutelar, em menos de dois meses já havia abandonado a criança em outra ocasião.
Muriel recebeu a reportagem do Regionalpress em sua casa, um imóvel simples e inacabado, na última rua do Água Branca 3. Ela pediu para não aparecer mas concordou em contar o que aconteceu naquela noite.
Ela disse que estava em casa quando recebeu a visita de uma amiga, a noite, que foi desejar-lhe Feliz Natal. A amiga foi embora e rapidamente retornou dizendo que havia uma criança logo após a esquina, sentada sozinha, chorando, e com alguns cães latindo ao seu redor.
As duas foram até o local, fato testemunhado por uma terceira moradora que mora em frente a casa onde a criança foi encontrada. Perto do menino, segundo Muriel, havia uma sacola plástica com três fraldas limpas. Elas acionaram a Polícia Militar que levou o bebê até o pronto-socorro, e depois o menino foi encaminhado ao Lar Caminho de Nazaré, onde está abrigado.
Na delegacia ela ficou sabendo que a mãe é a mulher a qual ela afirma conhecer do bairro, mas que mora em outro local da cidade. “Eu nem imaginei que era o filho da Juliana”.
A mãe do bebê, Juliana de Oliveira, nega a versão, afirma que havia combinado com Muriel, de deixar a criança com ela das 7h30 às 21h30, enquanto ela iria ajudar uma pessoa a preparar a ceia de Natal. Na versão de Juliana, ela conhece Muriel porque morou em sua casa por um tempo, pagando aluguel por um cômodo do imóvel.
“Não sei porque aconteceu isso e porque ela fez isso. Estou arrependida e revoltada. Agora não consigo ter meu filho de volta, não estão querendo entregar nem para minha mãe. Ele tem família, deve estar sofrendo lá”, declarou Juliana.
A Polícia Civil está investigando o caso e o menino segue abrigado no Lar. Hoje Juliana teria uma reunião com um advogado que deve assumir a causa. De acordo com o Conselho Tutelar, recentemente Juliana pediu comida em uma residência no bairro Umuarama, e como estava com o bebê, a família a convidou para entrar e se alimentar.
De repente a mãe teria deixado o imóvel e não levou a criança. No dia seguinte o Conselho Tutelar foi acionado e entregou o bebê a avó materna.