O Corpo de Bombeiros já trabalha há 14 horas na tentativa de apagar o fogo que atinge o Shopping Brás, com 100 lojas, na região central da capital paulista. Às 13h, os focos do incêndio eram pequenos, porém de difícil acesso aos bombeiros, já que a estrutura corre o risco de desabar.
Segundo o capitão Marcos Palumbo, a fiação elétrica foi retirada para permitir que três escadas aéreas ajudassem os bombeiros a se aproximar do fogo. “Vai ser um avanço, porque a gente vai conseguir apagar mais rápido agora”, disse ele. “A gente não consegue entrar e apagar os focos dentro do prédio porque há risco estrutural, rachaduras perigosas”, explica.
De acordo com o capitão, a região do Brás, de comércio popular, registra muitos casos de incêndio. Ontem (23), uma ocupação de imigrantes bolivianos, também no Brás, pegou fogo e quatro pessoas morreram.
“A gente tem um grande número de incêndios aqui na região, sabemos que um pequeno foco pode se propagar com rapidez e se tornar um incêndio grande, pela quantidade de material combustível. Semanalmente, o Corpo de Bombeiros está aqui”, disse.
Auto de Vistoria
O capitão reafirmou que verificou todos os arquivos e não encontrou o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros referente ao edifício. “O projeto inicial foi feito, mas ele ocorre em duas etapas. O prédio deveria ter extintor, hidrante, corredores com rotas de fuga não obstruídas”.
Adib Abdouni, diretor do shopping, negou que o prédio não tivesse o documento. “O prédio tem toda a regularidade, tem extintor, equipamentos. Estranho esse tipo de incêndio, porque todas as instalações são novas, o prédio foi reformado há pouco tempo. Uma reforma de toda a parte elétrica e estrutural”, lembrou.
Segundo Abdouni, pode ter havido omissão do bombeiro civil que estava no local no momento do incêndio. Palumbo, no entanto, diz que dificilmente uma única pessoa teria capacidade de segurar o incêndio.
“O bombeiro civil, certamente, fez o que podia ali dentro. Ele inalou bastante fumaça, tentou fazer o que podia, mas não conseguiu controlar o fogo, tamanha a quantidade de material combustível”.
Em nota, a subprefeitura Mooca informou que faz, desde 2013, diversas fiscalizações por irregularidades no estabelecimento. “O proprietário foi multado em cerca de R$ 300 mil. O local foi fechado e reabriu ilegalmente. A subprefeitura havia acionado a Polícia Civil para a abertura de inquérito”.