O aumento da produtividade e competitividade no campo já é possível com a agricultura de precisão. Trata-se de um sistema de produção avançado que realiza um mapeamento de toda a área desejada, para posteriormente se mensurar as reais necessidades do solo. Segundo o diretor do Sindicato Rural da Alta Noroeste (Siran) e engenheiro agrônomo, Fábio Brancato, com todas as informações de maneira precisa, o agricultor consegue fazer as correções e adubações de maneira correta, ou seja, em qualidade e quantidade certas em cada setor.
“Antigamente, fazia-se uma amostragem geral, uma média, e jogava-se o adubo. Tinha lugar que recebia um pouco a mais, outros, um pouco a menos do que o necessário, e outros, a quantidade certa. Com a agricultura de precisão o maior benefício é que você dará exatamente o que o solo está precisando em cada local, otimizando os gastos e resultando em economia. Também evita a intoxicação da área e se consegue maior uniformidade das plantas”, detalha Brancato.
Sobre os custos para investir no sistema e alcançar tal resultado, ele ressalta que é um investimento que “se paga”. “Como os custos com insumos estão altos, se o produtor estiver corrigindo com o calcário certo, por exemplo, há um aumento da eficiência dos corretivos e adubos. Isso interfere diretamente na produtividade”, diz o diretor.
TECNOLOGIA
Carlos Grosso, empresário da Apoio Rural de Guararapes, que presta serviço em agricultura de precisão, explica que o mapeamento da área é feito com um quadriciclo acoplado de uma broca para coleta de solo. Totalmente automatizado, é só informar a profundidade e ele faz o trabalho. Na ferramenta também há um segundo equipamento que permite medir a compactação, enquanto ocorre a perfuração.
“Definida a área onde deve ser executado o trabalho, o funcionário percorre o perímetro da gleba. Com a ajuda de um programa do GPS, ele abre os grides de trabalho, que são as áreas a serem coletadas. Essas áreas são georreferenciadas e na próxima coleta o quadriciclo volta aos mesmos pontos”, descreve Grosso.
APÓS A COLETA
Cada gride coletado é encaminhado a um laboratório, onde são feitas as recomendações específicas. Após essa etapa, a empresa faz o mapeamento de fertilidade e inicia-se a correção de deficiências de magnésio e calcário.
Eles também orientam sobre a aplicação de gesso para atender cálcio, enxofre e dão recomendações de fósforo e potássio. Isso tudo em taxa variável, que são as dosagens; se o produtor tiver a máquina para aplicar toda essa correção, ela receberá essas informações georreferenciadas, via satélite, através de um software, que possibilita abrir a dosagem exatamente na área na qual foi recomendada, quando ela estiver passando em tais coordenadas.
QUANTO CUSTA?
Grosso explica que o custo do serviço varia de R$30 a R$35 o hectare, já inclusas as análises de solo e a penetrometria (medição de compactação do solo) e programas para a realização da aplicação da taxa variável. No Brasil, a ferramenta começou a ser utilizada em 1990. Em 5% da área de produção do Brasil a agricultura de precisão está presente, enquanto no Paraguai, o uso é em 80%, e na Argentina, 70% nas áreas agrícolas.
RESULTADOS
O produtor de soja e cana de Rubiácea Francisco Martins Ferreira Neto (Kiko), conta que desde 2012 utiliza a agricultura de precisão e obteve bons resultados. “A gente vem percebendo toda uma modificação da área. Com o acompanhamento que temos feito, percebemos a otimização na utilização de adubos. Hoje temos um porcentual mais exato do que deve ser utilizado e deixamos de desperdiçar de 30% a 40%, em comparação a metodologia anterior”, contou o produtor. Segundo ele, a produtividade também aumentou, pois conseguiram explorar melhor os potenciais da área e posicionamento de variedade em cima de tais áreas. A agricultura de precisão pode ser utilizada para qualquer tipo de cultura, até mesmo para propriedades focadas em pecuária. Apesar do uso ainda ser restrito, o produto ainda pode buscar a viabilidade de utilização da tecnologia por meio de cooperativas, uma delas que oferece essa prestação de serviço é a Cooperativa de Produtores Rurais (Coopercitrus).
*Para ler nosso informativo de setembro na íntegra, acessehttp://siran.com.br/controle/arquivo/Informativo_09_2016.pdf ou pela rede social:https://www.facebook.com/Siransindicato/