Para evitar que os manifestantes fizessem vigília e mantivessem a Avenida Paulista fechada, policiais utilizaram bombas de efeito moral, gás de pimenta e caminhões de água para dispersar os manifestantes que protestavam nesta segunda-feira (29) em São Paulo contra o impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff.
Pelo menos uma pessoa foi detida durante o ato, mas a Polícia Militar não confirmou a informação oficialmente e também não divulgou o número de manifestantes. Os organizadores, no início do ato, falaram na presença de 2 mil pessoas.
Após os jatos de água e as bombas, os manifestantes, que estavam concentrados em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), se dispersaram pela região. Parte deles seguiu pela Rua da Consolação em direção à Praça Roosevelt, no centro da cidade, e foram seguidos pela Tropa de Choque com bombas. Os manifestantes, por sua vez, jogavam lixeiras pelas ruas e as incendiavam, enquanto seguiam pelo local.
Enquanto isso, um grande número de policiais e de caminhões da Tropa de Choque permaneciam pela Avenida Paulista, concentrados principalmente próximo à Praça do Ciclista, para evitar que os manifestantes voltassem para a região. A avenida só voltou a ser liberada por volta das 21h. Pouco depois disso, os caminhões da Tropa de Choque saíram da Paulista, mas por volta das 22h, ainda haviam policiais pela região.
O protesto
O ato teve início por volta das 17h, na Praça do Ciclista. Por volta das 18h20 os manifestantes, convocados pelos movimentos Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular iniciaram uma caminhada pela avenida, com destino à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Antes que eles chegassem ao local, policiais já faziam um bloqueio em toda a extensão da Avenida Paulista, na esquina com a Alameda Casa Branca, próximo ao Masp, impedindo que eles prosseguissem em caminhada.
Por volta das 18h50, os manifestantes tentaram forçar a passagem pelos policiais, que contiveram o ato arremessando bombas de efeito moral em direção aos manifestantes. Após as bombas, os manifestantes colocaram fogo em lixos e passaram a ficar concentrados no Masp, onde permaneceram até por volta das 20h, quando foram retirados à força do local pelos policiais.
A jornalistas, o major Teles, da Polícia Militar, comandante da ação de segurança hoje na Avenida Paulista, disse que as bombas foram necessárias porque era “preciso saber o itinerário e onde vai terminar a manifestação”. Segundo ele, os movimentos não informaram sobre o trajeto do ato. O major também disse que o bloqueio pretendia afastar os grupos favoráveis à presidenta afastada Dilma Rousseff do grupo que está acampado ao lado da Fiesp desde março deste ano e que defende o impeachment.