Os casos de furto de água registrados em menos de oito meses este ano já superam em 78,5% os registros feitos nos 12 meses de 2015 em Araçatuba. As estatísticas foram divulgadas pela Samar (Soluções Ambientais Araçatuba), concessionária que explora o serviço de água e esgoto em Araçatuba, e que mantém um programa de combate a fraudes.
De acordo com a Samar, o ano de 2015 terminou com 308 registros de furto de água. No entanto, em 2016, já foram confirmados aproximadamente 550 casos. Nestas situações, a empresa tem adotado como resposta a abertura de boletim de ocorrência e a aplicação de multa administrativa.
Foi o que aconteceu ontem em um imóvel de padrão médio/alto na rua Rio de Janeiro, no bairro Sumaré. A concessionária afirmou que o furto foi identificado pela primeira vez há aproximadamente dois meses, por um leiturista. Nesse caso, a informação é passada ao setor de fiscalização que envia uma equipe para confirmar ou não a irregularidade.
Segundo a assessoria de imprensa da Samar, quando a equipe de fiscalização foi ao local, no entanto, o aparelho usado para travar o hidrômetro tinha sido retirado. Finalmente, no último dia 3 de agosto, o leiturista conseguiu fotografar o aparelho “burlado”.
“O dono da casa tinha colocado uns tijolos no muro, que vedavam o acesso ao hidrômetro. Como um dos tijolos se deslocou, foi possível ao leiturista fotografar a irregularidade”, informou a empresa.
De acordo com a concessionária, quando foi verificada a primeira irregularidade, há cerca de dois meses, a Samar mandou um comunicado ao dono do imóvel solicitando a “presença dele na empresa para esclarecimentos, num prazo de 15 dias, mas ele não veio”. Na fiscalização de ontem, o aparelho estava coberto com um pano, mas já houve o flagrante anteriormente sem a cobertura.
MONITORAMENTO
Para flagrar um furto de água, o setor de inteligência da empresa monitora uma série de itens, como o consumo médio. “Uma casa de grande porte, como a da rua Rio de Janeiro, não poderia ter um consumo tão baixo, tendo gente morando no local. Em muitos meses, esse consumo ficava abaixo do mínimo (12 mil litros/mês)”, informou.
De acordo com a empresa, o consumo médio do imóvel flagrado no bairro Sumaré é de 14 m³ (R$ 33,00, em média). Porém, a empresa constatou que, em alguns meses, quando o usuário pode não ter usado o equipamento que frauda o hidrômetro, o consumo real foi de 29 m³ (R$ 120,00, em média). Em 2015, a média de consumo era de 30 m³.
Um boletim de ocorrência seria registrado para este caso, conforme a Samar. Além disso, administrativamente, o usuário será autuado com multa e também pagará o ressarcimento do período estipulado de fraude, que pode chegar a 12 faturas, esclareceu a empresa.