Desesperada pelo fato de a sobrinha de apenas seis meses de vida estar engasgada, uma mulher de Birigui ligou para o telefone 190 da Polícia Militar. Do outro lado da linha, um policial militar percebeu a gravidade do caso e ajudou a mulher por meio de dicas e procedimentos que deviam ser adotados para o desengasgo da menina.
Enquanto o policial passada as orientações via telefone, uma viatura do resgate do Corpo de Bombeiros foi direcionada, com urgência, para a casa da criança. A tia conseguiu assimilar as dicas e a criança voltou a respirar. Por medida de segurança, a menina foi levada para o pronto socorro. Após atendimento médico, ela foi liberada.
O salvamento ocorreu na terça-feira (19) e foi muito comemorado pelos policiais militares do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) de Araçatuba, responsável pelo atendimento telefônico de toda a região.
O que fazer quando a criança engasga
Se o bebê não consegue chorar nem tossir, as vias aéreas podem estar fechadas, e você vai precisar ajudá-lo a voltar a respirar. Ele pode estar fazendo ruídos estranhos ou abrindo a boca sem emitir nenhum som. A pele pode começar a ficar muito vermelha, azulada ou arroxeada.
Se o bebê estiver tossindo ou com ânsia de vômito, é boa notícia: as vias aéreas não estão totalmente bloqueadas. Deixe seu filho tossir. Tossir é o método mais eficaz de desimpedir as vias aéreas. Não tente retirar o objeto com suas mãos, a menos que você consiga vê-lo ao abrir a boca da criança.
Caso o bebê não consiga se desengasgar, grite e peça ajuda a alguém para levá-los ao pronto-socorro, e comece a fazer as tentativas de desengasgo (ver abaixo). Se estiver sozinha em casa com o bebê, tente desengasgá-lo por dois minutos e então telefone para alguém para pedir ajuda.
Se seu filho parece estar engasgado mas você não viu se ele colocou alguma coisa na boca, e ele não estava comendo, leve-o ao hospital imediatamente. Ele pode estar com uma reação alérgica a algum alimento ou uma picada de inseto, por exemplo, ou com alguma infecção, como a laringite.
Segunda coisa a fazer: batidas nas costas e compressões no peito
Se você acha que seu filho está mesmo com alguma coisa presa na garganta, sente-se e o coloque de barriga para baixo sobre suas coxas, com a cabeça voltada para os seus joelhos.
Segure-o por baixo, mantendo o antebraço sob a barriga dele e usando sua mão para sustentar a cabeça e o pescoço. Deixe que a cabeça do bebê fique mais baixa que o resto do corpo. Com a outra mão, dê cinco tapas firmes, mas não com muita força, nas costas da criança, entre as omoplatas.
Em seguida, coloque essa mão livre na cabeça do bebê, com o antebraço sobre as costas dela, e vire-a devagar, ainda mantendo a cabeça mais baixa que o corpo, na mesma posição, no seu colo. Continue segurando, para dar início às compressões no peito.
Imagine uma linha ligando os dois mamilos do bebê e posicione dois ou três dedos, juntos, um pouco abaixo dessa linha, no centro do tórax dele. Faça uma pressão rápida, para que o peito afunde cerca de 2 cm, e deixe que ele volte à posição normal. Repita cinco vezes, sem movimentos muito bruscos.
Continue alternando os cinco tapas nas costas e as cinco pressões no peito até que o objeto seja eliminado, ou que o bebê comece a tossir. Se ele começar a tossir, deixe que ele elimine o objeto sozinho.
Se o bebê desmaiar, será necessário fazer respiração boca-a-boca. Coloque-o sobre uma superfície firme e incline a cabeça dele para trás, erguendo um pouco o queixo, para abrir as vias aéreas. Dependendo do tamanho do bebê e de quem faz a respiração, pode-se colocar a boca sobre o nariz e a boca do bebê ao mesmo tempo e soprar, ou então cobrir só a boca do bebê e tampar o nariz dele com as mãos.
Procure selar sua boca na dele para que o ar não escape, e sopre com vigor. O ideal é que você sinta o peito da criança inchar com o ar lançado para os pulmões dela. Deixe o peito voltar à posição normal e sopre de novo. Mesmo que o peito do bebê não se encha, continue fazendo a respiração.
Alterne duas respirações e 30 compressões rápidas no peito (ao ritmo de 100 compressões por minuto), com os dedos no centro do tórax, até chegar ao pronto-socorro ou conseguir ajuda especializada. Durante a operação, abra a boca do bebê para ver se consegue enxergar o objeto. Se conseguir, retire-o com os dedos.
Mesmo que o bebê se recupere completamente do episódio, leve-o ao médico no mesmo dia. Na realidade, o ideal é que antes que esse tipo de situação aconteça você tenha certo “treino” do que fazer, para agir com mais segurança e confiança. Peça ao pediatra, durante uma consulta de rotina, para demonstrar no consultório essas manobras.
Devo tomar cuidado com alguma coisa especial?
Segundo os especialistas, os maiores causadores de episódios de engasgo são:
– Caroço de feijão, de arroz e pedaços de fruta, como maçã (mas isso não quer dizer que você não deva dar esses alimentos ao bebê — apenas mantenha-se atenta enquanto ele come)
– Peças pequenas que se desprendem de brinquedos
– Bolinhas de gude
– Pilhas e baterias
– Tampas de caneta
– Moedas e botões
– Parafusos
– Balas
*Ligue para o telefone 190 (Polícia Militar) e 193 (Corpo de Bombeiros)