Rodrigo Simon é uma das pessoas selecionadas para a cerimônia que ocorre em julho
Guerreiro e sonhador desde criança, o engenheiro Rodrigo Simon, de 34 anos, nasceu em São Caetano do Sul e precisou mudar-se para o interior de São Paulo devido a uma doença que se agravava com a poluição. Atualmente, morador de Birigui, ele é um dos escolhidos para conduzir a Tocha Olímpica durante a Olimpíada deste ano no Brasil.
Trata-se de mais um capítulo com final feliz, na história de superação de Simon. Aos 12 anos precisou ajudar a família com as contas do mês e passou a vender queijo, milho, sorvete e ovos nas ruas para contribuir com o pai, que deixou emprego e tudo o que tinha para mudar-se para Birigui.
Formou-se em Engenharia da Computação, fez pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho e atualmente cursa Mestrado em Engenharia Elétrica. É diretor das empresas Terra Editora e Projer Engenharia. “Sempre tive o sonho de deixar um legado, algo que pudesse ajudar as pessoas. A engenharia me ajudou muito nisso, pois agora tenho o conhecimento e as ferramentas necessárias para resolver, de forma simples e rápida, problemas comuns ao nosso dia a dia”, conta.
A primeira grande invenção de Simon surgiu há cerca de dois anos, quando pensou, junto com um amigo, na Cadeirinha Smart. Trata-se de um dispositivo que fica acoplado à cadeirinha ou assento infantil do carro que protege a criança de esquecimento, fato que tem se tornado lamentavelmente “comum” ultimamente.
Já com a invenção em processo de produção e venda no mercado, o engenheiro foi além. Incentivado por outro amigo, ele se inscreveu no concurso “Quem Se Atreve”, da montadora de carros Nissan, que escolheria condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada 2016. “O projeto da cadeirinha me abriu as portas. Passei por todas as etapas do concurso e, no começo de março, recebi a confirmação de que seria um dos condutores da tocha no Brasil. Um feito que ficará para sempre na história”, conta orgulhoso.
Ao ser classificado na primeira etapa, ele pensou no percurso que correria com a tocha. “Terei que correr 200 metros, porém, pesava 163 kg. Mal conseguia caminhar, quanto mais correr. Foi aí que determinei mais uma meta: emagrecer, pelo menos, 50 kg”, disse. Em oito meses, Rodrigo eliminou 26 kg. “Hoje consigo correr 6 km tranquilamente. Minha alimentação é balanceada e faço exercício todos os dias, faça chuva ou sol”, completa.
Animado com a ideia de representar Birigui na cerimônia prevista para julho, o engenheiro se sente privilegiado. “Saber que estou fazendo parte da história e ainda usando o nome da minha querida cidade, me deixa muito satisfeito”, comenta.
Outras invenções
– Air bag de piscina – Quem tem crianças e piscina em casa sabe que precisa ficar atento, pois qualquer pequeno descuido é suficiente para que um afogamento ocorra. Acidentes com afogamentos em piscinas representam 53% de todos os casos de afogamento entre crianças entre um e nove anos. Levantamento da Organização Não Governamental (ONG) Criança Segura, entre as mortes por afogamento, entre todas as idades, as piscinas representam a segundo principal perigo, com 7%, ficando atrás apenas de águas naturais (rios, mares e lagos).
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar e a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), no Brasil 20 pessoas morrem afogadas todos os dias e o afogamento é a segunda causa de morte em crianças de um a nove anos de idade e a terceira entre dez e 19 anos. Em 2014, foram mais de 1100 mortes no país, por afogamento em piscina. Para ajudar a evitar que esse tipo de acidente aconteça, Simon projetou um sistema de air bag para piscina.
O acionamento ocorre por meio de sensores que, ao identificarem um corpo, levando em conta sua altura, assim como o movimento da superfície da piscina, emitem sinais sonoros e armam uma rede, com boias, instaladas no fundo da piscina. O equipamento é inflado em poucos segundos, suspendendo rapidamente o corpo até a superfície da água.
– Umidificador de ar condicionado – Para diminuir a temperatura de um ambiente, os aparelhos de ar condicionado sugam o ar do ambiente e retiram umidade, o que causa uma série de incômodos. De forma ideal, ao ligar o aparelho, deveríamos aumentar a oferta de água no cômodo, o que não ocorre na maioria das vezes.
Com o ar seco, as vias aéreas ficam prejudicadas e irritadas, pois ocorre desidratação das mucosas do nariz, garganta e faringe, podendo leva-las à inflamação. Essa situação acaba sendo um pouco mais prejudicial para pessoas com renite, faringite, sinusite e asma, mas mesmo quem não tem nenhuma dessas doenças, acaba correndo o risco de desenvolvê-las.
Quem acaba sofrendo e desenvolvendo mais esses problemas respiratórios são as crianças, mesmo que não saiam tanto de casa e nem fiquem expostos a situações do cotidiano dos adultos, como ficar parado no trânsito e andar pelas calçadas em avenidas quando se deslocam para suas casas, trabalhos ou faculdades. Para ficar confortável, a umidade do ar deve permanecer entre 50% e 60%.
Sabendo disso, Simon desenvolveu um umidificador, que é acoplado ao ar condicionado. A água que o aparelho retira do ambiente, e que na maior parte das vezes é desperdiçada, chega ao umidificador, que a devolve ao ambiente de onde ela veio. O umidificador ajuda a manter a umidade relativa do ar dentro dos parâmetros adequados ao corpo, melhorando o conforto do ambiente em que se vive preservando a saúde das pessoas.